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MS reduz gravidez na adolescência e contraria tendência nacional

Índice caiu de 14,92% para 12,65% entre 2022 e 2025 e estado mantém tendência de queda há dez anos

Resultado está ligado à oferta de LARCs e capacitação das equipes - Reprodução/Agência Brasil
Resultado está ligado à oferta de LARCs e capacitação das equipes - Reprodução/Agência Brasil

Mato Grosso do Sul encerra 2025 com queda expressiva na gravidez na adolescência e consolida uma tendência de redução observada ao longo da última década, em contraste com o cenário nacional. Dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) mostram que o índice estadual caiu de 14,92% em 2022 para 12,65% em 2025, uma redução de 1,54%, enquanto o Brasil registrou aumento de 3,87% no mesmo período.

Os números confirmam a queda sustentada. Entre 2015 e 2025, o total de nascidos vivos de mães entre 15 e 19 anos caiu de 8.315 para 2.861. Entre menores de 15 anos, a redução foi de 514 para 171 no mesmo intervalo.

Apesar dos avanços, a coordenadora de Saúde da Mulher, Criança e Maternidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Andriely Gomes reforça a necessidade de atenção permanente. “A queda é consistente, mas o desafio continua. Trabalhamos para que nenhuma adolescente engravide por falta de informação, apoio ou acesso a métodos seguros”, pontua.

Ações e resultados

O desempenho positivo está diretamente associado à ampliação do acesso a métodos contraceptivos de longa duração, os chamados LARCs, aliados a ações educativas e à qualificação das equipes da Atenção Primária.

Segundo a coordenadora, o investimento estadual contínuo, iniciado em 2009, teve impacto direto no indicador. “A expansão dos LARCs tem efeito concreto. Quando a adolescente tem acesso a um método seguro, gratuito e de longa duração, ela evita uma gravidez não planejada e ganha autonomia sobre suas escolhas”, afirma.

Em 2025, o estado acelerou a implantação desses métodos na rede pública, com oficinas presenciais de capacitação em Nova Andradina, Campo Grande e Costa Rica, preparando profissionais para a inserção de DIU e implantes com protocolos atualizados. A estratégia fortalece a prevenção da gravidez não planejada, sobretudo entre adolescentes em situação de maior vulnerabilidade social.

Paralelamente, a SES ampliou as ações educativas, com nove oficinas territoriais do projeto Educar para Transformar e uma webaula estadual sobre prevenção do HPV e gravidez na adolescência, que reuniu representantes dos 79 municípios.

A meta da SES é garantir acesso efetivo, fortalecer a prevenção e assegurar que adolescentes vivam essa fase da vida com saúde, dignidade e liberdade de escolha. “Cada ponto reduzido representa uma menina com mais tempo para estudar, sonhar e seguir seu próprio caminho. Essa é uma política pública que transforma vidas”, conclui Andriely Gomes.