
A Prefeitura de Campo Grande revogou o decreto (29) que impedia professores temporários da rede municipal de receberem adicionais por titulação. A medida, anunciada na semana passada, gerou reação imediata da categoria e acabou sendo revertida após forte mobilização liderada pelo Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais de Educação Pública (ACP).
Segundo o presidente da entidade, Gilvano Bronzoni, a decisão da prefeita Adriane Lopes (PP) foi resultado de uma escolha política.
“A prefeitura precisa fazer ajustes, mas não pode ser mais uma vez no lombo do trabalhador. O corte traria impactos graves, desde o adoecimento da categoria até prejuízos na qualidade do ensino”, afirmou em entrevista à Massa FM.
O dirigente sindical lembra que a ACP já havia cobrado, durante as eleições municipais de 2024, o compromisso de não haver diferenciação salarial entre professores efetivos e temporários. “Houve pressão do sindicato, apoio de vereadores e grande mobilização nas redes sociais. Isso fez a prefeita cumprir a palavra dada à categoria”, disse.
Além da questão salarial, a pauta da valorização docente inclui manutenção da lei do piso de 20 horas, concursos públicos para professores e administrativos e a climatização das salas de aula. Atualmente, 28 das 207 escolas municipais já contam com ar-condicionado. A meta, segundo a Secretaria Municipal de Educação, é atingir a totalidade das unidades até o fim de 2025.
Bronzoni reforça que a valorização vai além do salário. “Envolve formação continuada, estrutura escolar, alimentação e condições dignas de trabalho. É uma luta da comunidade como um todo, porque educação pública de qualidade interessa a todos os campo-grandenses.”