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Campo Grande, 27 de abril

Fim da folia, início das definições políticas de alianças partidárias

A partir da próxima semana os partidos deverão começar a discutir o rumo de cada um nas eleições municipais

Por Adilson Trindade, colunista CBN CG
14/02/2024 • 14h30
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 O Carnaval acabou, mas as movimentações de bastidores da política ficarão mais intensas com lideranças negociando de forma conclusiva as alianças. Até então, as conversas não passavam de conhecimento de terreno dos virtuais aliados ou rivais.

Até o fim do mês, por exemplo, dois eventos partidários poderão apontar o caminho nas eleições para Prefeitura de Campo Grande. Um deles contará com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, no dia 24, se não cancelar agenda por causa das duas últimas operações da Polícia Federal em sua residência. Uma foi contra o filho, vereador do Rio, Carlos Bolsonaro, e a outra foi contra o próprio ex-presidente que teve seu passaporte apreendido. Mas se a presença for confirmada, Bolsonaro vai encontrar um PL esfacelado e sem rumo. 

A ideia do ex-presidente é pacificar o partido, encontrar um nome de potencial eleitoral para competir em Campo Grande ou, em última hipótese, se unir a um partido de direita. A alternativa seria uma aliança com o PP, da prefeita Adriane Lopes. As conversas preliminares, nesse sentido, já comecaram. Por enquanto, ficou a promessa das lideranças voltarem a sentar em volta de uma mesa para tratar de alianças. Nada será feito sem antes ouvir Bolsonaro. Até porque o PL tem opções para concorrer a prefeitura da Capital.

Uma delas é o presidente regional do partido, deputado federal Marcos Pollon, ou os deputados estaduais Coronel Davi e João Henrique Catan. A outra alternativa seria apostar no ex-deputado estadual Capitão Contar. Ele ainda está aguardando alguém abrir a porta do PL para entrar, o que ainda não aconteceu por causa de resistência de setores do partido à sua filiação. A esperança é de Bolsonaro romper essa barreira para Contar passar para dentro do PL.

Outro evento muito esperado por lideranças políticas até de outros partidos é a reunião da direção nacional do União Brasil, em Brasília. Neste encontro, a ex-deputada federal e atual superintendente da Sudeco, Rose Modesto, vai saber se entrará na corrida eleitoral em Campo Grande.

Hoje não depende só da vontade de Rose ser candidata. A palavra final será da direção nacional depois de analisar as pesquisas sobre o perfil apontado pelo eleitor sobre o nome para administrar Campo Grande. E a cúpula do União Brasil não pretende ficar debruçado somente em cima de números das intenções de voto.

Outro fator importante é, também, a rejeição. Não adianta estar na liderança e ter uma grande rejeição. É o caso do ex-governador André Puccinelli (MDB). Ele se destaca na ponta em todas as pesquisas, mas os números favoráveis acabam sendo sufocados pela rejeição.

Mesmo assim, André ainda procura usar suas redes sociais para mostrar as inúmeras obras executadas em Campo Grande. Seria uma forma de derrubar as restrições de grande parcela do eleitorado. André, por outro lado, ajuda a buscar outra alternativa para o MDB nas eleições na Capital. Uma delas seria uma aliança com o PSDB. Em contrapartida, o partido reivindicaria a vaga de vice de Beto Pereira, pré-candidato tucano à sucessão de Adriane Lopes. 

O PSDB, no entanto, não tem muita pressa para fechar com um vice enquanto não conhecer o rumo de cada partido. Na hipótese de entregar o vice ao MDB, já no início de conversa, fecha as portas para negociar uma aliança com outros partidos.

Assim, o ex-governador Reinaldo Azambuja, cacique-mor do PSDB, só vai fechar a vice depois de ouvir os partidos interessados na aliança. Hoje, todos os dirigentes dos partidos que conversaram com Azambuja, pediram a vaga de vice. O pedido está feito, mas ainda não aceito. Azambuja vai analisar a melhor opção para compor a chapa de Beto.

Já o deputado estadual Pedrossian Neto (PSD) não tem atraído atenção de grandes partidos para formação de aliança. Mesmo assim, ele está determinado a levar adiante o seu plano de concorrer a prefeitura. Pedrossian esteve, dias atrás, com o chefão nacional do PSD, Gilberto Kassab, em São Paulo, e recebeu a garantia de ajuda financeira para campanha. Foi um alento.

Já o senador Nelsinho Trad, presidente regional do partido, que estava presente na reunião com Kassab, procura ser mais realista. Nada de empolgação. Ele vai esperar até junho para Pedrossian se viabilizar eleitoralmente. O indicativo será as pesquisas. A outra alternativa seria fechar acordo com o PSDB. Vamos aguardar.

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