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Campo Grande, 29 de abril

Fundo de investimento promove recuperação de áreas degradadas no campo

Classificado como "confiável e de baixo risco", modelo de negócios foi apresentado por sócios e especialistas nesta quinta-feira (22) em Campo Grande

Por Gerson Wassouf
22/02/2024 • 15h00
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Nova oportunidade de investimento em Mato Grosso do Sul gera ganho imobiliário a partir da recuperação, melhoria e beneficiamento de terras degradadas. Sócios investidores da Oriz Partners apresentaram o modelo de negócio em reunião realizada nesta quarta-feira (22) em Campo Grande. A gestora possui duas fazendas no estado e anunciou a abertura para a compra das cotas no próximo mês.

O fundo inicia em sua primeira oferta com um patrimônio líquido já captado ao redor de R$ 250 milhões, devendo chegar a R$ 600 milhões ao fim do 1º trimestre de 2024. A expectativa dos executivos é que o fundo chegue a R$ 2 bilhões até o fim deste ano.

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"É o primeiro fundo do Brasil que realmente compra e vende terras no mercado. É diferente do Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais), que hoje é muito utilizado para crédito. Então o pessoal coloca crédito dentro do fundo e não puramente terra, como a gente fez. Então agora a gente montou um processo de investimento profissional, que a gente coloca essa fazenda na esteira, prepara e depois vende. A ideia não é produzir, a ideia não é fazer safras e ficar com essas terras, é um foco no lucro imobiliário", afirmou o economista e sócio da empresa em Head de Wealth Management (profissional de gestão), Carlos Pitta.

Fazendas degradadas são revitalizadas durante o processo de investimento

O produto surgiu da iniciativa de formalizar e trazer para dentro de um fundo de investimentos, o conhecimento e trabalho realizado pelo investidor âncora, Wagner Marcelo Monteiro Borges, em inúmeras operações consolidadas na região do pantanal mato-grossense há mais de 10 anos, onde foi feita a transição pecuária- lavoura de diversas propriedades rurais com lucros expressivos.

Wagner Marcelo, mais antigo investidor do estado neste modelo de negócio

"Estou aqui em Mato Grosso do Sul já faz 15 anos. A minha ideia toda sempre foi comprar as áreas, deixar elas produtivas e vendê-las, basicamente isso aí. O objetivo é tirar o dinheiro da especulação e vir para a produção. Esse sempre foi o meu ideal. Trabalhei 40 anos no mercado financeiro e essa é a oportunidade para todo mundo entrar", contou Wagner.

 

 

O trabalho de seleção das potenciais áreas para investimento é realizado pelo sócio e consultor técnico do fundo, Fabiano Matas, que é sul-mato-grossense e faz parte de uma 3ª geração de produtores rurais do estado com o conhecimento necessário para estruturar este tipo de operação no campo.

"O critério que a gente usa é a oportunidade de negócio, a gente já faz isso há 13 anos. A gente não tem nenhuma discriminação em relação a nenhum tipo de área, aptidão, vocação, localização. A gente sempre está buscando bons negócio. Então o primeiro filtro que a gente usa é a questão imobiliária, é a questão do ganho na terra, aí logicamente depois a gente vai olhar a aptidão da área, a logística, aí a gente entra um pouco mais na questão de documento, análise de questão jurídica, ambiental, trabalhista, tributária. Então esses são os filtros que a gente passa para a gente estipular se aquela propriedade é um bom negócio ou não, pensando em questão imobiliária", explicou.

Fabiano ainda contou que, ao longo dos mais de 10 anos de ação junto ao Wagner, que é o investidor âncora, foram realizados de 76 contratos com mais de 600 mil hectares negociados.

Fabiano Matas, durante entrevista

"E hoje no fundo, a gente já está com três áreas, duas aqui no Mato Grosso do Sul e uma no Mato Grosso. Aqui em MS é uma área no Pantanal de Aquidauana, Fazenda Santa Terezinha, que é uma fazenda bem conhecida, uma fazenda centenária. E a gente está com uma área lá no município de Cassilândia, divisa com Chapadão do Sul, onde a gente pegou essa área bem degradada e consolidou ela hoje, e assim ela já possui boa parte dela em lavoura", disse Fabiano Matas.

O sócio e diretor da Oriz, André Caó, se mudou para Campo Grande para acompanhar de perto o trabalho realizado e conta que "é um modelo difícil de se entrar, para nós isso só é possível por conta do conhecimento e experiência de tudo que já foi realizado pelo Wagner e Fabiano aqui no estado".

Após a apresentação do modelo de negócio, o empresário José Corona Neto se mostrou entusiasmado com a possibilidade de investir no setor imobiliário.

"É uma iniciativa única, é o primeiro fundo de verdade que você compra terras, os outros fundos todos são através de compra de títulos, de créditos, quer dizer, e esse não, ele é um fundo tanto patrimonialista como é um fundo de geração de valor em cima da terra, que é reserva de valor, e terra sempre vai se ganhar dinheiro. Além disso, as pessoas envolvidas são pessoas que têm experiência no mercado financeiro e na parte agro. Então em cima disso, acho que tem tudo para ser fundo vencedor de sucesso e um case para o mercado financeiro. Com certeza eu vou paricipar como investidor", disse o empresário.

O empresário não é o único com interesse no fundo, o sócio-diretor da Ortiz Partners com 30 anos de experiência no mercado financeiro, Roberto Galinari, fala sobre a receptividade do público sobre o novo modelo de negócios.

Roberto Galinari explicando sobre o modelo de investimento

"Nas finanças, para quem tem capacidade de poupança, de fazer investimento, nós estamos falando que hoje a gente tem uma Selic de 11,25% ao ano e muitas das vezes as pessoas fazem investimentos de risco como investimentos de crédito para ganhar 13%, 14% ao ano. É muito risco para ganhar pouco dinheiro. Nós estamos dizendo que a nossa tese é única, a gente compra a terra, ela é nossa, é do fundo, e nós estamos buscando realmente uma taxa muito superior a essas taxas de risco que as pessoas vêm procurando. Quando as pessoas entendem isso, elas sempre querem investir", concluiu Galinari.

 

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