O Gabinete de Gestão Integrada (GGIT), colegiado vinculado ao Departamento Municipal de Trânsito e Sistemas Viários (DEPTRAN), apresentou várias sugestões de alterações na legislação que criou o Plano Diretor. As sugestões apresentadas visam a melhorias para o trânsito de Três Lagoas. Uma das propostas, caso incluída e aprovada com a revisão do Plano Diretor, vai obrigar que os projetos para a construção de novas escolas tenham área própria de embarque e desembarque de alunos.
Segundo o engenheiro do Deptran, Flávio Milanês Thomé, a fila de veículos em frente das escolas contribui para o gargalo do trânsito na cidade. Outra sugestão apresentada é para que os novos empreendimentos, considerados polos geradores, como escolas, shoppings, supermercados, entre outros, possam contribuir com a sinalização das vias próximas aos seus estabelecimentos. “Seria uma espécie de compensação para o trânsito”, comentou.
Foi sugerido também que na abertura de novos loteamentos sejam previstas avenidas de acesso ao bairro. O engenheiro disse que existem poucas avenidas de acesso a outros bairros. Ele afirmou que não adianta retirar os trilhos da linha férrea, se não forem construídas novas avenidas. “A avenida Clodoaldo Garcia e a rua João Dantas Filgueira vão continuar com grande fluxo de veículos se não houver outras opções, mesmo com a desativação da linha férrea da área central”, observou.
No relatório apresentado pelo Gabinete de Gestão foi sugerido ainda que nas vias pavimentadas as calçadas dos imóveis sejam padronizadas. A Prefeitura deverá elaborar e aprovar o plano de acessibilidade e mobilidade urbana no prazo de seis meses. O comitê de uso e ocupação do solo deverá ter representação do órgão municipal de trânsito. Ainda foi sugerido que as principais vias a serem construídas tenham largura mínima para duas faixas de rolamento e duas de acostamento.
Para o presidente do GGIT e diretor do Deptran, Milton Gomes Silveira, essas diretrizes vão contribuir para um trânsito melhor, no futuro. “Estamos criando soluções para os problemas”, destacou.
TRANSPORTE
Em relação ao transporte coletivo, que foi bastante debatido durante a primeira audiência pública em que se discutiu o Plano Diretor, Milton disse que a qualidade desse serviço não pode interferir diretamente no projeto. Ele afirmou que o problema do transporte coletivo é a falta de demanda. “A utilização deste serviço é deficiente. Precisa haver um número razoável de passageiros para a empresa apresentar melhorias”, justificou.
Para se ter uma ideia do quanto a utilização deste serviço é deficitária, o índice é de um passageiro por quilômetro, em Três Lagoas. “Existem linhas especificas em horários determinados em que o número de passageiros é grande, mas não o suficiente para haver dois ônibus no mesmo período. Lota um e o outro não consegue preencher todos os espaços”, exemplificou.