Acadêmicos do curso de medicina da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Três Lagoas, continuam enfrentando dificuldades para realizar as aulas teóricas e práticas.
No sábado (11), os alunos divulgaram uma “Carta Aberta” com detalhes das dificuldades que estão enfrentando. Um dos pontos citados pelos alunos é a falta de um espaço para aulas práticas referentes ao ensino da parte clínica-hospitalar, fundamental à formação médica. “Na presente situação, os alunos têm realizado tais práticas apenas na atenção primária à saúde, em Unidades Básicas de Saúde , Centro de Especialidades Médicas, Clínica do Idoso, Clínica da Mulher, dentre outros locais. Diante disso, entendemos que nosso curso tenha enfoque na atenção básica e que esse aspecto seja de extrema importância para a construção de um novo cenário na saúde brasileira”, diz um trecho da carta.
Ainda de acordo com o comunicado, a falta de um local adequado já tem reflexos no andamento do curso. Isso porque as primeiras turmas já estão no ciclo clínico e o Hospital Regional ainda está em construção, sem uma previsão certa de quando os alunos poderão começar a usar sua estrutura.
Ainda de acordo com o documento, a cidade possui outros hospitais já prontos que poderiam fazer convênio com a universidade. Outra reclamação é a falta de professores.
DIREÇÃO
O diretor do campus da UFMS, Osmar Jesus Macedo, informou que o curso prevê a contratação de 60 docentes. Até agora, já foram contratados 33. Em nota, a reitoria da UFMS informou que a “Universidade tem se esmerado para atender as demandas da comunidade acadêmica e da sociedade da região em relação ao curso”, e que o “assunto já está superado pelo planejamento institucional. Com a definição das vagas pelo Colegiado de Curso”.
De acordo com a UFMS, o edital para contratação dos professores foi elaborado e deve ser publicado no decorrer desta semana. Em relação ao hospital para as atividades de internato dos estudantes, a universidade informou que há tratativas entre a coordenação do curso, a direção do campus, a Prefeitura de Três Lagoas, e o governo do Estado para que seja viabilizada a contrapartida da região pactuada na ocasião de abertura do curso.
A direção do Hospital Auxiliadora já havia declarado que são necessárias algumas adaptações para atender ao curso.