O aumento da quantidade de capivaras na Lagoa Maior de Três Lagoas tem preocupado a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que tem feito levantamento semanal do número de animais que habitam o local. A preocupação aumenta agora com os casos de febre maculosa registrados em Americana, no interior de São Paulo.
O município paulista entrou em estado de alerta após confirmar sete mortes decorrentes da doença, causada pelo carrapato estrela, que se hospeda em capivaras. Se o carrapato estiver infectado com a bactéria rickettsia rickettsii, transmite a febre. A secretaria tem feito um trabalho de varredura no gramado da Lagoa, mas nenhum carrapato foi localizado.
Há um ano e meio, levantamento da secretaria revelava a existência de 150 capivaras. A última contagem feita há uma semana, aponta a existência de 201. Desse total, 144 são adultos e 57 filhotes.
RISCO MAIOR
A situação se agrava agora no período de estiagem devido à falta de vegetação. No entanto, a secretaria alega que não existe falta de alimentos para os animais. De acordo com o secretário da pasta, Celso Yamaguti, neste momento, o número de capivaras preocupa mais do que os jacarés, que sempre causam mais polêmica.
No início do mês, o promotor de Justiça, Antônio Carlos Garcia de Oliveira, moveu uma ação civil pública contra a prefeitura, solicitando a retirada de todos os jacarés da Lagoa Maior. Nesta semana, a juíza da Vara da Fazenda e Registros Públicos de Três Lagoas, Aline Beatriz de Oliveira Lacerda, solicitou parecer do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), à respeito da retirada dos jacarés da Lagoa.
De acordo com levantamento da secretaria, há três jacarés adultos, com dois metros de comprimento e nove de porte médio habitando a Lagoa.
No ano passado, por medidas de segurança e cuidado com os animais, a secretaria levou três jacarés da espécie do papo- amarelo para uma área de reserva da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), em Brasilândia.
Em resposta a ofício encaminhado pela Justiça, a Prefeitura de Três Lagoas informou que a lagoa é o habitat de jacarés, sem contar que a retirada dos animais do local provocaria o desiquilíbrio da cadeia alimentar e do meio ambiente. Segundo Yamaguti, após a retirada de três jacarés houve, ano passado, esse aumento de capivaras.
O manejo das capivaras, assim como de jacarés, disse o secretário, só ocorrerá após conclusão de estudo e de pareceres técnicos, ou por decisão da Justiça.