RÁDIOS
Três Lagoas, 09 de junho

O clima e as inundações em Três Lagoas

Leia editorial publicado no Jornal do Povo deste sábado (18)

Por Da redação
18/05/2024 • 06h45
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Os mais velhos lembram que antes da construção da usina de Jupiá o clima em Três Lagoas era muito mais ameno com temperaturas até então, mais agradáveis. Formada a bacia de acumulação de águas da usina percebeu-se que houve elevação considerável da temperatura na cidade, chegando muitas das vezes a se aproximar das registradas em Cuiabá, nossa antiga capital. Diferente de Campo Grande, onde quase todo o dia cai uma chuva bendita, e a temperatura baixa tornando as noites agradáveis como agora nesta época do ano, quando se aproxima o inverno e por conta das movimentações climáticas vindas das nossas fronteiras com o Paraguai, notadamente, e a Bolívia.

Como é certo que as temperaturas altas ou baixas estão ligadas às questões ambientais, pergunta-se: como nos comportamos e observamos as regras mínimas para preservação do ambiente onde vivemos? E como vão as estações de monitoramento do ar instaladas na cidade? Lamentavelmente as leituras do ar não são divulgadas sistematicamente de maneira voluntária pelo órgão controlador de seus funcionamentos. Deveriam para dar maior transparência e publicidade sobre a qualidade do ar que respiramos, até porque convivemos com fábricas de celulose e uma termoelétrica tocada a gás, além de outras indústrias.

O nosso meio ambiente deve ser o nosso santuário, pois bem cuidado dá prazer, e, sobretudo, segurança, colocando-nos a salvo, inclusive, de possíveis inundações de ruas como se verifica após fortes chuvas, até mesmo por conta de bueiros entupidos por causa do lixo que para dentro deles são empurrados.

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Há de se lembrar que, no fim dos anos sessenta, a Lagoa Maior extravasou suas águas e inundou casas no seu entorno. O prefeito da época, João Felgueiras, contratou emergencialmente a empreiteira M. Tabox para depositar em boa parte do seu entorno um grande volume de terra, a fim de conter as águas que ameaçavam avançar mais ainda em direção aos imóveis residenciais.

Anos se passaram e, por volta de 1982, mais ou menos, o prefeito José Lopes, em parceria com o governo estadual, urbanizou e pavimentou o entorno da Lagoa Maior. E, em determinado ponto foi instalado um extravasor de águas nos subterrâneos da avenida Rosário Congro para despejar águas excedentes da Lagoa Maior e da Segunda Lagoa no córrego da Onça, que está morrendo por conta de uma estação de tratamento de esgoto. Assim, Três Lagoas conteve inundações das lagoas, as quais enchem os olhos daqueles que nos visitam, como os nossos, também.

Mas, o fato é que estão matando o córrego da Onça e alguma providência precisa ser adotada. Convivemos no passado com outras enchentes, cujas águas invadiam residências e levavam ao desabrigo centenas de ribeirinhos no distrito de  Jupiá, onde seus moradores em número bem maior que hoje, viviam da pesca ou trabalhavam em olarias que ali estavam instaladas. A solução foi remover famílias de pescadores e oleiros para um local mais alto e seguro na mesma Jupiá. Enchente em época de chuvas também alcançou os moradores do conjunto da Cohab do Jardim Alvorada, os quais viram durante anos suas casas inundadas.

Louva-se a atual administração que não para de instalar, por onde pode, sistemas de drenagem de águas pluviais na cidade. Mas, o fato é que as mudanças climáticas estão se tornando devastadoras por conta da precaríssima infraestrutura urbana e pelos desmatamentos das matas ciliares e da floresta amazônica, assim como de outros biomas, além da emanação dos gases causadores dos efeitos estufa, aliás, desastrosos, além do degelo das  regiões polares, os quais causam graves transtornos para o planeta. E, mais recentemente, essa falta de cuidados com o meio ambiente, principalmente por conta de infraestrutura precária, faz padecer o Rio Grande do Sul, que sofre seus efeitos.

Diante da catástrofe ambiental que vemos noticiada aqui no Brasil e em outros lugares do mundo, é preciso que os governantes definitivamente cumpram os pactos celebrados nos foros internacionais e façam cessar as agressões perpetradas contra a natureza. Caso contrário, sentiremos os efeitos deletérios do clima e do meio ambiente agredido irracionalmente. 

 

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