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CRIME AMBIENTAL

Árvores são envenenadas em Três Lagoas e Polícia Civil é acionada

Local circunda escola municipal, onde há pelo menos 20 árvores, mas apenas três foram alvo de crime ambiental

Secretaria de Meio Ambiente foi informada do crime ambiental e irá acionar Polícia Civil para investigar o caso. Foto: Alfredo Neto/RCN67.
Secretaria de Meio Ambiente foi informada do crime ambiental e irá acionar Polícia Civil para investigar o caso. Foto: Alfredo Neto/RCN67.

Um crime ambiental foi registrado pela Secretaria de Meio Ambiente (Semea) de Três Lagoas, na terça-feira (25). Três árvores da espécie Oiti (Licania tomentosa) foram perfuradas e supostamente envenenadas, na rua C, do bairro Jardim Alvorada.

O local, fica aos fundos da Escola Municipal Maria Eulália, e teria sido alvo da ação criminosa. Uma pessoa teria realizado diversas perfurações nos troncos das árvores adultas e introduzido um líquido. A denúncia foi feita à secretaria e, segundo o denunciante, tratava-se possivelmente de um produto químico destinado a matar as árvores.

O vídeo circulou nas redes sociais.

Por meio de nota, a Semea informou que a denúncia foi registrada por um morador do bairro, no final da tarde desta terça-feira (25). A secretária de Meio Ambiente, Mariana Amaral, tomou conhecimento do ocorrido e determinou a abertura de uma apuração, que será conduzida por um biólogo da pasta.

A árvore Oiti é muito comum em Três Lagoas, especialmente, após uma ampla campanha de arborização realizada há alguns anos, quando o município recebeu milhares de mudas doadas pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Trata-se de uma espécie de médio porte, utilizada no paisagismo urbano, podendo atingir até 6 metros de altura e desenvolver copas frondosas quando cultivada adequadamente.

Apesar de amplamente valorizada, a espécie pode causar incômodos naturais, como queda intensa de folhas e danos em calçadas provocados pelo crescimento das raízes em busca de água. Em razão disso, alguns moradores recorrem a práticas ilegais, como podas drásticas, cortes totais e até envenenamento, na tentativa de eliminar a árvore. No entanto, biólogos explicam que a queda de folhas é um mecanismo natural de sobrevivência do Oiti, permitindo que a espécie suporte longos períodos de estiagem sem perder o vigor. Já os danos às calçadas estão associados à falta de manejo adequado — quanto maior a árvore, mais extensas e profundas serão suas raízes, que se espalham para sustentar a copa e captar água suficiente para manter seus processos naturais.

Durante pesquisas em sites especializados, foi encontrado um herbicida muito utilizado no controle da plantas daninhas, de coloração roxa e que na internet é muito recomendada na supressão de árvores e com videos que até ensinam como matar uma árvore, causando lesões no tronco usando uma furadeira e posteriormente aplicando o herbicida que após entrar no Xilema (corrente circulatória) da planta que leva suas seivas das raízes até suas extremidades, acabam por matar a planta que passa a secar de dentro, para fora…

A conduta de perfurar e envenenar árvores configura crime ambiental, conforme o artigo 49 da Lei Federal 9.605/1998, que trata de dano à vegetação de áreas urbanas, com previsão de detenção e multa. O caso será encaminhado à Polícia Civil.