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Antes era Marechal Hermes. Agora, a bela Afonso Pena

Machado faria 100 anos em 2017

Por Paulo Coelho Machado
06/01/2018 • 08h12
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Na primeira planta da cidade, datada de 1909, elaborada pelo engenheiro  Nilo Javary Barém, nossa grande avenida denominava-se Marechal Hermes e a primeira via pública na margem do córrego Prosa, a Rua Velha, tinha o nome de Afonso Pena. Na sessão da Câmara do dia 14 de janeiro de 1916, o vereador Francisco Vidal propôs que a avenida central da vila passasse a ter o nome de Afonso Pena e a que tinha esse nome mudasse para 26 de Agosto. O projeto foi aprovado na sessão do dia 18 do mesmo mês, como forma de ampliar a homenagem devida ao presidente que aprovou o traçado da Noroeste do Brasil, beneficiando Campo Grande.

Os trilhos da ferrovia marcaram o início da avenida, que se prolongava para o nascente. Do outro lado da via férrea, o espaço sem habitações ganhava mais tarde, o nome do Bairro Amambaí e o prolongamento, Marechal Deodoro, que só na década de 70 foi incorporado à avenida Afonso Pena. Para transpor o córrego Segredo, cavaleiros e pedestres usavam uma ponte precária.

Hoje, a Afonso Pena, com mais de uma légua de extensão, começa na simpática Praça junto aos quartéis do Exército e termina no majestoso Parque dos Poderes, sede da administração estadual, com largura de 60 metros. É um dos mais belos bulevares do mundo, lembrando as avenidas de Paris, de Nova Iorque, de São Paulo e Belo Horizonte.  

Nasceu modesta, com suas quadras que se foram expandindo celeremente até chegar à magnificência atual, prometendo novas conquistas de embelezamento, que fazem dela o orgulho dos campo-grandenses.

Calçadas largas, duas vias asfaltadas e uma imponente ilha no centro, toda arborizada de ficus benjamim, ingaranas, sibipirunas e até mangueira, oferecendo acolhedora sombra, que protege os transeuntes em seu trecho principal. As árvores foram carinhosamente plantadas pelos prefeitos Arnaldo Figueiredo, Arlindo de Andrade e Eduardo Machado.

Tempo houve, quando não eram tão frondosas, em que abrigavam as andorinhas de verão que, dizem os entendidos, migram dos Estados Unidos e vão até a` Argentina, passando pelo Brasil, numa distância de 13 mil quilômetros, com a velocidade de 90 km por hora. A aparência das revoadas era majestosa, no momento em que efetuavam ordenados volteios, librando entre as figueiras da avenida e os eucaliptos do jardim da Praça Ari Coelho.  

As aves partiam alacremente, em grupo coeso, harmônico, das grimpas das árvores para o espaço, esvoaçando em linha direta para cima para revessar em curva branda e larga. Depois reviravam, retorciam, repontavam até alcançar outros pontos de pouso, embasbacando os passantes e espivitando aqueles que demoravam no lugar só para assistir ao lindo espetáculo, até o esparrame final.

*Foi o primeiro presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHGMS). texto extraído do livro A Grande Avenida – Volume V da série Pelas Ruas de Campo Grande. O IHGMS prestou homenagem a ele no último 15 de novembro, quando completaria 100 anos.

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