
Um homem de 47 anos, tenta, na Justiça, retirar um cateter que permaneceu em seu corpo após uma cirurgia renal realizada no Hospital Adventista do Pênfigo, em Campo Grande (MS). O procedimento ocorreu em 29 de maio, mas, segundo a família, a segunda etapa da cirurgia — prevista para ocorrer em até 20 dias — não foi realizada. O homem mora em Paranaíba e trabalha na área de construção civil.
De acordo com os familiares, que preferem não ser identificados por questões judiciais, após a alta hospitalar e o retorno da família para Paranaíba, o hospital não entrou em contato para agendar a continuidade do tratamento. Dois meses depois, ao procurar a instituição, os parentes foram informados de que o contrato do hospital com o médico responsável pela cirurgia havia sido encerrado, sem previsão de retomada do atendimento.
Com o passar das semanas, o paciente começou a sentir fortes dores abdominais e passou a urinar sangue. Em 2 de outubro, ele foi levado ao pronto-socorro da Santa Casa de Misericórdia de Paranaíba, onde permaneceu internado até o dia 6 do mesmo mês. Conforme o relato da família, o médico responsável pelo atendimento afirmou que não poderia realizar a retirada do cateter.
Profissionais consultados pela família informaram que o dispositivo calcificou dentro do corpo, o que dificulta a remoção. Diante da ausência do hospital de Campo Grande, da resposta do hospital de Paranaíba e da piora no quadro clínico, os familiares buscaram auxílio judicial para garantir a continuidade do tratamento e evitar complicações, como infecção.
A família informou que chegou a procurar alternativas particulares, mas o valor estimado para o procedimento seria de aproximadamente R$ 30 mil, ficando fora das possibilidades econômicas.
Segundo os advogados que acompanham o caso, em uma primeira decisão, a Justiça determinou que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Paranaíba disponibilizassem, em até 72 horas, uma vaga hospitalar em unidade de referência com serviço de urologia. Como a decisão não foi cumprida, o juiz da comarca de Paranaíba determinou o bloqueio de verba equivalente ao valor da cirurgia nas contas do município, para custear o tratamento.
Até o momento, a família busca três orçamentos médicos, exigência determinada para a liberação dos recursos. O homem segue afastado do trabalho, relatando dores e sangramento urinário.