A Polícia Cientifica de Mato Grosso do Sul informou nesta sexta-feira (09) que o caso da bebê Maria Hellena está sob análise pericial. Através de nota, esclareceu que a declaração de óbito foi emitida para possibilitar os tramites para sepultamento. O laudo definitivo da causa da morte ainda está em elaboração, aguardando resultados de exames laboratoriais realizados em Campo Grande.
A nota ressalta que a instituição atua com rigor técnico e isenção, e que todos os exames cabíveis estão sendo conduzidos conforme os protocolos. “Os laudos serão enviados à Polícia Civil para subsidiar a investigação. A Polícia Científica de MS se solidariza com a família e reafirma seu compromisso com a verdade dos fatos.”
Na manhã desta sexta-feira, por volta das 10h40, o corpo da bebê, de 9 meses, que morreu no dia 29 de abril, após a aplicação de um medicamento na Santa Casa, foi exumado no cemitério municipal por peritos da Polícia Científica, atendendo ao pedido do delegado responsável pelo caso. A solicitação teve autorização do juiz da Vara Criminal, Dr. Edimilson Barbosa Àvila.
Na última segunda-feira (5), durante sessão da Câmara Municipal, foi feito um minuto de silêncio em memória de Maria Hellena, por indicação do vereador Mauricio Bugrão (PL). Na ocasião, a mãe, Leticia Lopes dos Santos , afirmou que contestou o documento de óbito, uma vez que constava morte por causas naturais.
Ela não aceitou a versão, pois acompanhou os últimos momentos de vida da filha e presenciou que a bebê sofreu uma parada cardíaca após a injeção aplicada por uma enfermeira. Leticia afirmou que quer a investigação da morte da filha, pois não acredita em causa natural.
A mãe relatou que procurou a Polícia Científica para obter um novo laudo pericial e foi informada de que o Estado não possui reagentes para identificar qual medicamento foi aplicado. Maria Hellena completaria 10 meses no próximo dia 21 e deixa uma irmã de 9 anos.
“Foi uma sucessão de erros. A data de nascimento e o sexo estavam errados. A causa da morte estava errada, pois colocaram ‘morte natural’, como se ela tivesse tido uma falta de respiração — e não foi isso”, disse a mãe, ao mencionar um vídeo feito pelo pai momentos antes da injeção fatal.
Em entrevistas a diversos órgãos de imprensa, a mãe afirmou que a bebê morreu devido à injeção aplicada.
“Minha filha morreu de uma parada cardíaca decorrente de um medicamento que aplicaram nela. Então, optei por não fazer o atestado de óbito enquanto não mudassem aquilo”, argumentou.
A exumação foi realizada rapidamente pelos peritos da Polícia Científica, que fizeram a retirada de amostras. O procedimento foi acompanhado por familiares e pelos delegados Dr. Igor Mendes Ferreira de Faria (responsável pelo caso) e Dr. Lucio Barros (delegado regional).
A partir dos resultados dos exames, será estabelecida uma linha de investigação para o caso.