É difícil a convivência de motoristas de carros com motociclistas. Em todo o país. E não é de hoje. O Jornal do Povo já registra, há anos, um número cada vez maior de ocorrências de acidentes com mortes em que, em sua maioria, motociclistas são as vítimas fatais. Em 2019, por exemplo, o JP acompanha a estatística desta disputa, com placar desfavorável a motociclistas. Mais uma vez.
Dados comparados entre registros da Polícia Militar e do Departamento Municipal de Trânsito mostram que acidentes de trânsito matam mais que ações criminosas com uso de armas de fogo. Só neste ano, 10 pessoas morreram em acidentes – destes, sete eram motociclistas. Os homicídios são quatro.
Em julho de 2010, o Jornal do Povo noticiou em primeira página a morte de uma motociclista de 25 anos, em um acidente na rua Egidio Thomé. A moça – segundo informações da Polícia Militar no dia do acidente – teria tentado ultrapassar uma carreta e batido em outra, no trajeto entre a avenida Ranulpho Marques Leal e o bairro Set Sul, zona Leste da cidade.
O registro aponta o antigo problema que torna difícil a convivência com motos: a imprudência.
Na reportagem de 2019, o JP volta a informar que motociclistas são a maioria das vítimas pelo mesmo problema.
O Departamento de Trânsito informa que, neste ano, outras 200 pessoas ficaram feridas em mais de 450 acidentes só neste ano, com dados até julho. Os números não assustam mais porque a frota de motos é grande: 28 mil, em um universo de 84 mil veículos rodando na cidade.
Outro contraste é a comparação dos acidentes com o aumento diário da quantidade de veículos nas ruas. Levantamento do Detran aponta que a cidade “ganhou” 10 veículos, em media, por dia, entre julho de 2018 e junho deste ano. Em 2004, o aumento foi de 25 emplacamentos por mês.