
A decisão de manter a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) sem um titular tem gerado críticas entre vereadores de Campo Grande. Para o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Victor Rocha (PSDB), a situação enfraquece a gestão do setor em uma cidade de quase 1 milhão de habitantes.
“Nós questionamos exatamente a prefeita. Todo esse comitê, o jurídico da prefeitura falou que entende que tem defesa, mas eu falei: se você tem um secretário de fato e de direito, precisa nomeá-lo, mesmo que seja de maneira interina. É importante ter hoje a figura do secretário”, afirmou Rocha.
Segundo ele, a ausência de um responsável exclusivo pela pasta concentra funções na prefeita Adriane Lopes (PP).
“Ela passa a acumular o cargo de prefeita e secretária de Saúde. Então, se responsabiliza sozinha, e você tem uma secretaria que reúne mais de 6 mil servidores, consome mais de R$ 2 bilhões por ano — 36% do orçamento municipal. É preciso um time 24 horas pensando e executando soluções para os problemas da população”, disse.
Desafios da rede municipal
Entre os principais desafios estão o fortalecimento da atenção básica, para reduzir a procura por UPAs e hospitais, e a ampliação da rede hospitalar. Hoje, a regulação dos leitos do Hospital Regional e do Hospital Universitário está sob responsabilidade do governo estadual, e não mais do município. Outro ponto crítico é a judicialização, que pressiona o orçamento e eleva os custos da saúde.
Para tentar amenizar a situação, a prefeitura anunciou mutirões de atendimento e abriu diálogo com o Conselho Municipal de Saúde e a Comissão de Saúde da Câmara.
Na última sexta-feira (5), Adriane Lopes exonerou a então secretária Rosana Leite e criou um Comitê Gestor para dividir responsabilidades entre diferentes áreas da administração, mas ainda não indicou um substituto para o cargo.