
Fraudes em licitação no Hospital Regional de Campo Grande são alvo de operação, nesta sexta-feira (30), do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Três pessoas são alvo de prisão preventiva. A organização criminosa operava na aquisição de equipamentos médicos.
Denominada "Reagente", a operação cumpre ainda 14 mandados de busca e apreensão na Capital. Conforme a assessoria do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o objetivo consiste em desarticular uma quadrilha suspeita de corrupção ativa e passiva que atuava na unidade hospitalar da Capital.
Operação Again
Em janeiro deste ano, a PF (Polícia Federal) e a CGU (Controladoria Geral da União) deflagraram a “Operação Again” para investigar a atuação de organização criminosa destinada a fraudar licitações realizadas pelos Hospitais Universitário e Regional de Campo Grande.
A investigação descobriu que servidores superfaturavam o preço de insumos hospitalares utilizados na terapia e no diagnóstico de doenças cardiovasculares. Além disso, os materiais esterilizados eram desviados para reutilização em clínicas e hospitais particulares de Campo Grande. O esquema teria provocado um prejuízo de R$ 3,2 milhões.
Entre os investigados estão servidores públicos e empresários. O médico cardiologista Mércule Cavalcante e o empresário Pablo Figueiredo são apontados como chefes do esquema nos dois hospitais.
Os investigadores descobriram que servidores públicos receberam propinas em forma de viagens e transferências de veículos de luxo. Nessa primeira fase da Operação Again são cumpridos 20 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, em Dourados no Mato Grosso Do Sul e em Belém (PA).
A investigação recebeu o nome de Operação Again, do inglês que significa novamente, fazendo alusão a um outro escândalo envolvendo hospitais públicos revelado pela Operação Sangue Frio, deflagrada pela Polícia Federal em 2013, em Campo Grande.