Evidente, ninguém entra numa campanha com mero espírito altruísta. Um conjunto de motivos submersos: a vaidade, o sonho do poder e as vantagens financeiras contam mais que as boas intenções de se doar a favor da Pátria ou da comunidade.
No fundo, o candidato “Mané da farmácia” não difere muito de Sarney. As diferenças ficam apenas nas limitações do universo de cada um, mas no frigir dos ovos, ambos querem a mesma coisa: o poder!
Depois dos cartazes nos postes, santinhos, carros de som, emissoras de rádio, televisão, as pesquisas passaram a ser outro instrumento formidável nas campanhas eleitorais. Profissionais competentes nesta área passaram a burilar o comportamento, o pensamento, anseios e eventuais mudanças dos eleitores de todas as camadas sociais.
Posto isto, os pesquisadores têm conseguido traçar o perfil ideal – desejado pelos eleitores. Em suas respostas, eles (eleitores) acabam revelando aspectos interessantes que povoam seu subconsciente. Um deles está relacionado ao nível de aceitação do candidato junto as mais diferentes camadas sociais de um determinado universo.
Quando em todas simulações possíveis o índice de aceitação é negativo, constata-se a existência do fenômeno rejeição, que atravanca o desempenho e limita as chances no resultado final. Pesquisas têm mostrado a importância de se levar em conta – com muita seriedade –o fator rejeição. Ela é a fotografia que o eleitor tem do candidato e é imutável praticamente.
O deputado Paulo Maluf – pela sua biografia política e pessoal extremamente conhecida – pode ser apontado como o melhor exemplo nacional de quem é refém dos altos índices de rejeição nas eleições que tem disputado.
Não consegue avançar além dos índices iniciais, não conquista novos eleitores ao longo das campanhas.
Apesar do tempo disponível no rádio e televisão, da notória estrutura de campanha, incluindo-se marqueteiros e agências competentes, a rejeição de Maluf não tem sido revertida. Aliás, ele tem sido referência nos tratados e estudos sobre as técnicas de se combater a rejeição de imagem na vida pública partidária.
O eleitor, deve cobrar dos pesquisadores ou de quem divulga os resultados finais, os índices de rejeição deste ou daquele candidato. Só eles darão uma visão completa do universo eleitoral.
Os próprios candidatos precisam estar atentos: ignorar a rejeição é como desconsiderar o resultado de exame médico positivo.
Ainda na semana passada, o Correio do Estado divulgou pesquisa para a sucessão estadual (do IBRAPE), mas deixou de mostrar os índices de rejeição do ex-governador Zeca do PT. Lamentável!
Se a rejeição é que decide o potencial dos candidatos, não há como admitir imparcialidade neste procedimento. Afinal…pesquisa tem duas pontas: a positiva e a negativa.
Manoel Afonso
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