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Três Lagoas

Consumidores aprovam proibição de troco em "balas"

Projeto de Lei está tramitando Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul

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Maioria dos consumidores de Três Lagoas, ouvidos pelo Jornal do Povo, aprova o Projeto de Lei do deputado estadual Pedro Kemp, que proíbe a “substituição” do troco por outros itens, como brindes, balas e outros produtos. 

Embora o projeto esteja tramitando entre as comissões da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, devendo ainda ser votado, a ideia deve mudar o comportamento do comércio no Estado, caso se torne lei.

No texto da proposta está especificado que,no ato da compra, a devolução do troco deva ser feita de forma integral ao consumidor, seja por meio de moedas ou em cédula, inclusive em pequenos valores, como é o caso de R$ 0,01. Mas, caso o comerciante não dispor, deve “arredondar” o valor em benefício do cliente, e não em seu favor.

Se o produto custar R$ 4,99, por exemplo, ele deverá ser arredondado para R$ 4,95 ao invés de R$ 5,00, conforme está citado no projeto.
Há quem não aceite trocar dinheiro por bala, e exige até mesmo dois, três ou quatro centavos. Já outros consumidores preferem pegar os doces a voltarem para casa sem nada. 

Para a recepcionista Andressa Barbosa de Campos, a partir do momento em que o consumidor aceita como troco balas, ele está assumindo um prejuízo financeiromensal . “Acho justo o projeto. Acredito que, a maioria das pessoas iria preferir receber o troco em dinheiro, ao invés de voltar para casa com o bolso cheio de balas ou chicletes, e nem todo mundo gosta de doces. O dinheiro pode ser utilizado para outros fins, sem contar que no fim do mês, se colocarmos na ponta do lápis, veremos que a perda de dinheiro pode ser considerável”, avalia Andressa.

Quem também divide a mesma opinião da recepcionista é a vendedora Cecília Aparecida da Silva. “Apoio totalmente o projeto. Se ficamos devendo dois ou três centavos para alguns comerciantes, eles não gostam, fazem questão de receber, então porque nós consumidores, somos obrigados a aceitar as balinhas? Receber as mesmas balas que nos dão de volta, no lugar das moedas, eles não querem. Os comerciantes têm eu se virar e arrumar troco, já que colocam os preços em seus produtos”, desabafa Cecília.

Por outro lado, Paulo Henrique Fernandes, que trabalha no ramo de serviços gerais, revela que não se importa em receber doces, por exemplo, como troco, no lugar de dinheiro. “Não vejo problema. Aceito numa boa o troco em forma de bala ou chiclete”, comenta.

O OUTRO LADO
No entanto, conseguir troco em moedas é, na maioria dos casos, um desafio aos comerciantes. A devolução do troco em forma de doces ou outros produtos deve-se pela falta de moedas em circulação, em especial as de R$ 0,01.
A comerciante Maria de Fátima Ferreira, proprietária de uma lanchonete, afirma que não substitui o dinheiro pelos doces na hora de dar troco aos seus clientes.
“Prefiro arredondar para menos. Se tenho que devolver R$ 0,10 e não tenho em caixa, dou o desconto. A não ser que o cliente peça, por iniciativa própria, a bala ou chiclete, por exemplo. Quando o cliente é antigo e falta R$ 0,50, peço para trazer outra hora. E sempre trazem”, brinca Maria.

Outra comerciante, Mirele Pinto de Souza, afirma que, da mesma forma que faz questão de receber seu troco em dinheiro, também se preocupa em dar o troco em espécie.“Há clientes que na hora de pagar sua conta, percebem que faltam R$ 0,25, R$ 0,50 para arredondar algum valor, eles mesmos pedem para entregar em forma de mercadoria. Mas o que vejo muito é que, há locais que nem perguntam ao cliente se ele aceita balinhas como troco, apenas entregam e, o consumidor, com vergonha, aceita”, comenta Mirele.

Caso o projeto seja aprovado, e se torne lei, comerciantes que a descumprirem, devem pagar de 100 Uferms, o equivalente a R$ 1,8 mil.