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CONDENADOS

Edgar e Sandra Mara são condenados por morte de Joelma

Edgar foi condenado a 16 anos e Sandra com 12 anos

Crime foi adiado diversas vezes:
Crime foi adiado diversas vezes:

Na tarde desta quarta-feira (30), o Tribunal do Júri condenou Edgar Lopes Cardoso, de 69 anos, e sua ex-amante, Sandra Mara Marques, de 52 anos, pela morte de Joelma Amara de Oliveira, assassinada a tiros em maio de 2011 dentro de sua casa, no bairro Jardim Novo Aeroporto, região Norte de Três Lagoas (MS).

Durante o julgamento, o promotor Luciano Anechini Lara Leite destacou o trabalho investigativo da Polícia Civil, que à época ouviu testemunhas próximas da vítima e descobriu que Edgar e Joelma enfrentavam dificuldades no relacionamento. Segundo o MP, Edgar não aceitava o fim do casamento.

As investigações indicaram que uma terceira pessoa foi contratada para executar Joelma com três tiros, a mando de Edgar e com o auxílio de Sandra Mara. Ela teria intermediado o crime contratando um ex-genro para a execução, mas ele não foi indiciado por falta de provas.

Ainda de acordo com o promotor, extratos telefônicos mostraram que Edgar e Sandra mantinham contato frequente, e que um número usado para ameaçar Joelma foi cadastrado em nome da própria vítima, sem o conhecimento dela. Esse chip teria sido usado em um aparelho pertencente a Sandra.

O MP também revelou que Edgar chegou a registrar um boletim de ocorrência por ameaça. No entanto, análises apontaram que os bilhetes com ameaças recebidos tanto por ele quanto por Joelma apresentavam os mesmos erros de português e digitação, o que, segundo a Polícia Civil, sugeria que foram escritos pelo próprio Edgar.

Ambos os réus negaram envolvimento no crime durante o julgamento. No entanto, a promotoria apresentou documentos e provas que, segundo o promotor, deixavam clara a participação dos dois na morte de Joelma.

Durante a fase de debates, no início da tarde, as defesas de Edgar e Sandra Mara tiveram cerca de três horas para rebater as acusações. A defesa de Sandra, representada pelo advogado Manoel Zeferino de M. Neto, alegou que ela não teve participação no crime e que foi acusada apenas por ter tido um caso com Edgar e por desavenças com familiares de Joelma. Já a defesa de Edgar, feita pelo advogado Renê Siufi, tentou desacreditar o trabalho da Polícia Civil e apresentou outra versão: segundo ele, o verdadeiro mandante seria um dos filhos da vítima, que seria usuário de drogas e estaria interessado na herança para sustentar o vício.

Após os debates, Edgar Lopes Cardoso, ex-agente penitenciário, foi condenado por homicídio duplamente qualificado a 16 anos de prisão em regime fechado. Sandra Mara Marques foi condenada a 12 anos pelo mesmo crime. Como ambos responderam ao processo em liberdade, poderão recorrer da sentença também em liberdade.

Como o crime ocorreu antes da vigência da lei do feminicídio, Edgar foi condenado por homicídio simples com qualificadoras, e Sandra, pelo mesmo enquadramento.

Sobre o autor dos disparos, o juiz presidente do Tribunal do Júri, Dr. Rodrigo Pedrini Marcos, poderá determinar a instauração de um novo inquérito pela Polícia Civil para investigar a autoria dos tiros. No entanto, essa decisão não foi tomada durante o julgamento, que teve como foco exclusivo a responsabilidade de Edgar e Sandra pela morte de Joelma.