Uma grande concentração de fosfato total e hidrocarbonetos em sua maioria, por descargas de esgoto sanitário e produtos derivados do petróleo foram encontrados no rio Paraná, nas imediações do Jupiá. A coleta de água faz parte da 7ª Campanha do Programa de Proteção de Corpos Hídricos, realizada em dezembro de 2013, e teve seu resultado divulgado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI).
Três Lagoas
Esgoto e derivados do petróleo são encontrados no rio Paraná
Coleta de água identificou concentração de fosfato total e hidrocarbonetos no rio
A coleta da água, feita pelo engenheiro ambiental Eduardo Mattos e o técnico ambiental Marcos Leite, ambos da UFPR/ITTI, comprova que mesmo com a construção da ponte rodoviária na BR-262/MS/SP a qualidade da água se mantém no Rio Paraná.“Nesta campanha foram identificados, pela primeira vez, no decorrer das sete campanhas, concentrações acima do limite de Fosfato Total e Hidrocarbonetos. Isto é causado, em sua maioria, por descargas de esgoto sanitário e produtos derivados do petróleo”, comentou o engenheiro ambiental responsável pela análise dos dados, Jhonatan Zonta.
No entanto, conforme o engenheiro, a alta concentração desses hidrocarbonetos e do fosfato total não pode ser atribuída ao empreendimento da ponte sobre o rio Paraná, considerando que, segundo ele, houve a identificação dos poluentes antes e depois do eixo da ponte.“Contudo, é necessária uma maior atenção principalmente com as atividades relacionadas ao manuseio e transporte de óleos e graxas durante a evolução da obra, para que sejam eliminados quaisquer derramamentos, ou vazamentos dessas substâncias”, explicou Zonta.
O engenheiro ressaltou que, a concentração de esgoto sanitário e outros dejetos foi localizada do lado de Três Lagoas e não de Castilho. “Essa questão de esgoto é complicada em razão da grande quantidade de ligações clandestinas que existe no local. Em outras campanhas já encontramos altos níveis de coliformes fecais e outros dejetos no rio Paraná”, acrescentou.
COLETA
Zonta explicou que a coleta de água na divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, é realizada trimestralmente, e busca identificar se há influência da construção da ponte sobre o rio Paraná no meio ambiente. O resultado da última coleta apontou que, dos 28 parâmetros avaliados, apenas sete excederam o permitido pela legislação. “A coleta e análise da água no rio Paraná faz parte das condicionantes impostas pelo Ibama ao órgão responsável pelo o empreendimento. Cabe ao Ibama verificar as providências a serem tomadas à respeitos desses problemas detectados no rio”, informou.
O Programa de Proteção de Corpos Hídricos, ou seja, a próxima análise da água do rio, que faz parte da Supervisão Ambiental do projeto G-Pontes tem a próxima campanha programada para o mês de abril desse ano. Na semana passada, o técnico ambiental da UFPR/ITTI, Marcos Leites, realizou a supervisão da obra da ponte sobre o rio Paraná, observando se as condicionantes exigidas peloIbama estão sendo cumpridas de forma adequada.
O Projeto G-Pontes é uma parceria do Dnit com a Universidade Federal do Paraná por meio do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura para a gestão ambiental de obras de implantação de pontes em rodovias federais e, tem como objetivo cumprir as condicionantes para a emissão, ou manutenção das licenças requeridas por órgãos ambientais. Atualmente, a UFPR/ITTI supervisiona a construção da Ponte sobre o rio Paraná, na BR-262, entre os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo.