
Com o aumento dos índices de infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, Três Lagoas realizou na terça-feira (25) uma mobilização especial na Praça Ramez Tebet. A ação, que marcou o Dia Municipal de Combate às Arboviroses, reuniu agentes de endemias, voluntários e parceiros com o objetivo de orientar a população e reforçar medidas de prevenção.
Durante toda a manhã, equipes expuseram equipamentos utilizados no controle do mosquito e conversaram com moradores sobre os cuidados necessários, especialmente com a chegada do período de chuvas (momento em que a proliferação do vetor costuma aumentar significativamente).
A mobilização ocorre em um cenário preocupante. Segundo o último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), Três Lagoas atingiu 4,4% de infestação, índice classificado como risco pelo Ministério da Saúde.
Além disso, o município já registra:
- 442 casos confirmados de dengue em 2025;
- 1 óbito pela doença;
- 80 casos confirmados de chikungunya, considerada incapacitante;
- Nenhum caso de zika há dois anos, embora o vírus continue em circulação no país.
O setor de endemias reforça que o início das chuvas já provocou aumento imediato nos criadouros detectados nas vistorias.
“Os nossos índices já começaram a subir. Este é o momento de cada um fazer sua parte: olhar o quintal, o comércio, eliminar depósitos de água. Só assim teremos um verão mais tranquilo”, destacou o coordenador do Setor de Endemias, Alcides Ferreira.
Além da dengue, as equipes chamam atenção para a chikungunya, que cresce em vários estados do país.
“É uma doença incapacitante, que pode deixar sequelas por meses. Três Lagoas não é diferente e precisa estar atenta”, reforçou o coordenador.
As orientações são as mesmas para as três arboviroses: não deixar água parada, limpar calhas, retirar pratinhos de vasos, tampar caixas d’água e verificar ralos e drenagens externas.
A ação ocorreu justamente na região central, classificada como ponto crítico pelo setor de endemias.
Isso acontece porque:
- é a região mais antiga da cidade;
- possui bueiros e ralos nos fundos dos comércios;
- recebe circulação intensa de moradores diariamente.
“Toda a população passa pelo centro. Por ser área antiga, há muitos pontos com acúmulo de água. Por isso, todos os anos registramos infestação alta aqui”, explicaram os agentes.
O supervisor técnico da Coordenadoria Regional de Controle de Vetores, Gilmar Ribeiro, esteve em Três Lagoas para acompanhar a mobilização. Ele reforçou que o período que antecede as chuvas é decisivo para evitar surtos.
“Alguns municípios ainda não têm toda a estrutura necessária, mas nosso papel é orientar e fortalecer ações preventivas. Esse é o momento de antecipar problemas e evitar epidemias”.
Os profissionais reforçam que pequenas ações, feitas semanalmente, podem impedir a proliferação do mosquito:
- eliminar recipientes que acumulem água;
- verificar ralos e calhas;
- tampar caixas d’água;
- descartar corretamente entulhos;
- lavar potes de animais;
- observar lajes e quintais após a chuva.