Veículos de Comunicação

COOPERATIVISMO EM AÇÃO

C.vale completa 62 anos e consolida modelo de cooperativa diversificada no agro

Estrutura de silos e indústria de cooperativa agrícola em operação
Estrutura industrial da Cevale integra grãos, proteína animal e logística para reforçar a renda do cooperado.

A trajetória de 62 anos da C.vale, hoje uma das principais cooperativas agroindustriais em atuação no Centro-Oeste, mostra como o cooperativismo se reinventa sem abandonar seus pilares originais.

Nascida em 1963, a partir da união de apenas 24 agricultores, a cooperativa surgiu com foco muito claro. Seu objetivo era garantir armazenamento, escoamento da produção, crédito, especialmente via barter, e assistência técnica.

Décadas depois, esses mesmos pilares seguem no centro da estratégia. Hoje, são sustentados por um portfólio amplo de atividades e uma estrutura financeira robusta.

Segundo o gerente da unidade de Rio Brilhante, Wesley Quintiliano Félix, a C.vale mantém reservas sólidas e capacidade para captar recursos no mercado interno e internacional.

Isso permite financiar diretamente o produtor rural. Dentro desse contexto, a ferramenta de barter se tornou peça-chave. Com ela, o produtor trava o custo de produção e troca insumos por parte da futura colheita. Assim, reduz o risco de comprar caro e vender barato, situação comum no passado.

Naquela época, o Centro-Oeste sofria mais com o custo de frete e a distância dos portos. Ao mesmo tempo, a cooperativa organiza a logística e otimiza o transporte. Essa estratégia melhora a rentabilidade em toda a cadeia.

Expansão e Diversificação da C.vale

A expansão geográfica também faz parte da estratégia. Hoje, a C.vale atua em Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. Além disso, marca presença no Paraguai como empresa, embora não na forma de cooperativa.

Essa diversificação regional se soma a um portfólio de negócios que vai muito além da soja e do milho. Embora esses grãos permaneçam como carro-chefe nas áreas de produção de grãos.

A cooperativa possui duas amidonarias que processam mandioca. Também recebe trigo no Sul do país, trabalha com suínos de leite e integra importantes estruturas de industrialização. Isso ocorre por meio da participação na Frimesa e na Cotriguaçu.

Wesley lembra ainda que a C.vale investe pesado em proteína animal. A cooperativa mantém um abatedouro de peixes em Palotina, com capacidade para processar mais de 270 mil tilápias por dia. Além disso, tem uma forte operação em frango, hoje uma das atividades mais rentáveis e estáveis do portfólio.

Beneficiamento de Soja

Na área de grãos, a cooperativa opera uma das maiores esmagadoras de soja do Sul do Brasil. Essa estrutura processa quase 62 mil sacas por dia para produção de óleo e ração. A fábrica de ração se liga diretamente à indústria de soja por meio de sistema de transporte interno. Não há uso de caminhões para o farelo, o que reduz custos e melhora a eficiência.

Em Mato Grosso do Sul, a presença da C.vale combina essa estrutura industrial com uma atuação próxima ao produtor. A cooperativa oferece assistência técnica e incentiva o uso de agricultura de precisão.

Também reforça a segurança na comercialização. O cooperado que entrega o grão vê o pagamento cair na conta em até 24 horas, segundo Wesley. Além disso, a rede inclui até três supermercados no estado, que aproximam ainda mais a marca do consumidor final. Assim, a cooperativa consolida um modelo.

“Colocar os ovos em várias cestas” deixa de ser apenas metáfora e vira estratégia de sobrevivência e crescimento no agro.