
A demanda chinesa por carne bovina entrou em ritmo acelerado em novembro, impulsionando as exportações brasileiras e criando reflexos imediatos no mercado agropecuário. O movimento ocorre porque a China aguarda a confirmação de novas salvaguardas que devem limitar a entrada de carne bovina de alguns países fornecedores, o que tem levado empresas privadas chinesas a anteciparem compras para reforçar os estoques.
Além disso, a expectativa de criação de cotas e de tarifas adicionais tem estimulado uma corrida por volumes maiores antes da mudança regulatória. O comportamento chinês vem sendo observado desde agosto e se intensificou nas últimas semanas, influenciando preços, fluxo logístico e planejamento de embarques.

As médias de exportação comprovam esse cenário. Segundo dados citados no programa, o Brasil já embarcou 238 mil toneladas de carne bovina em novembro, número quase 7% acima do total registrado em todo o mesmo mês do ano anterior. A média diária, que supera 17 mil toneladas, indica ritmo excepcional.
Os valores também revelam consistência. O preço médio da tonelada exportada chegou a US$ 4.491, cerca de 12% acima do praticado no ano passado. Esses fatores consolidam o avanço da carne bovina brasileira no mercado internacional, especialmente diante de oferta limitada de outros países.
Impacto no Mercado Interno
Enquanto isso, o mercado interno mantém estabilidade, observando com atenção a reação da indústria diante da demanda externa. A pressão maior tende a aparecer no início de 2026, quando o impacto das exportações de novembro e dezembro refletirá na oferta doméstica.
Apesar do cenário positivo, analistas lembram que os movimentos chineses são estratégicos e devem ser acompanhados com cautela. Como o país ajusta políticas comerciais de forma repentina, o setor produtivo precisa manter atenção ao ritmo dos embarques e às mudanças estruturais da demanda.