
O início desta quinta-feira (13) amanheceu chuvoso em boa parte de Mato Grosso do Sul. O clima já influencia o humor e as decisões de quem vive do agro. No rádio, produtores de várias regiões relatam a chegada da chuva tão esperada. Por outro lado, outros ainda observam o céu carregado sem ver a água cair de forma mais intensa. A situação é especialmente sensível no sul do estado. Lá, a lembrança de safras marcadas por estiagem continua viva, como em Amambai, que vem acumulando prejuízos sucessivos pela falta de chuvas.
Em Dourados, por exemplo, a manhã começou apenas com uma garoa leve. Esta era insuficiente até para molhar o asfalto. Mesmo assim, a previsão aponta chuva mais forte a partir do início da tarde. Isso mantém o produtor em alerta e, ao mesmo tempo, esperançoso. Em municípios vizinhos, o cenário se mostra bem diferente. Em Rio Brilhante, a medição chegou a 13,5 milímetros, enquanto Naviraí registrou 23 milímetros. Já Carapó e Itaporã ainda não tiveram chuva significativa, embora o céu nublado indique que a mudança pode acontecer a qualquer momento. Em Amambai, o volume alcançou 25 milímetros, uma boa notícia para quem convive há anos com irregularidade hídrica.
Impacto do Granizo e Perspectivas da Safra
Além do regime de chuvas, outro ponto chama atenção neste começo de ciclo. Trata-se do episódio de granizo registrado entre Dourados e Rio Brilhante, no início de novembro. De acordo com a Aprosoja, cerca de 2 mil hectares de lavouras sofreram danos pontuais. As áreas atingidas estavam no começo do ciclo da soja, o que reduziu o impacto estrutural sobre a safra. A entidade avalia os prejuízos como pequenos. Contudo, admite a necessidade de replantio em pontos mais afetados. Ainda assim, a maior parte das lavouras mantém um quadro classificado como de bom a excelente, o que reforça a percepção de um início de safra bem estruturado.
Avaliação da Cevale sobre o Plantio
Em paralelo, a leitura de campo feita pela Cevale, cooperativa com forte presença na região de Rio Brilhante, vai na mesma direção. Segundo o gerente da unidade local, Wesley Quintiliano Félix, o plantio da safra 2025/26 ocorreu dentro da janela considerada tradicional para a região. Ele menciona que o plantio avançou de forma rápida. Atualmente, as lavouras de soja se encontram entre os estádios V3 e V4, em pleno desenvolvimento vegetativo, com aspecto muito positivo. Para ele, começar bem significa dar um passo decisivo para garantir uma boa colheita, principalmente quando o clima colabora dessa maneira.
Cenário Atual e Otimismo Cauteloso
Enquanto a chuva se distribui de forma desigual entre os municípios, o produtor acompanha cada milímetro com atenção. A combinação de plantio bem conduzido, precipitações consistentes e danos limitados pelo granizo cria, por enquanto, um cenário de otimismo cauteloso no sul de Mato Grosso do Sul. A safra ainda está no início. Porém, o tom predominante nas conversas é de que o campo entrou no novo ciclo com o pé direito.