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EXPORTAÇÃO BOI GORDO

Exportações para EUA e China reforçam cenário mais favorável para o boi gordo

Boi gordo ganha fôlego em dezembro com exportações aquecidas para Estados Unidos e China e reposição valorizada em Mato Grosso do Sul.

Lote de bois prontos para abate em curral de engorda em Mato Grosso do Sul, com caminhão frigorífico ao fundo aguardando o carregamento
Com demanda externa aquecida, pecuaristas de Mato Grosso do Sul veem melhora nas perspectivas para o boi gordo neste fim de ano. Foto: Gerada por IA | Adriano Hany

O mercado do boi gordo entra em dezembro em um ambiente mais favorável do que o observado em períodos recentes. A combinação de demanda externa aquecida e expectativas positivas para as exportações contribuem. Além disso, o consumo interno em alta com a chegada das festas aproxima o setor de um fim de ano de maior equilíbrio entre oferta e procura.

No front externo, duas notícias deram fôlego à pecuária de corte brasileira. No caso dos Estados Unidos, houve retirada da tarifa de reciprocidade de 10% e de uma sobretaxa de 40%. Isso reduziu a carga tributária para cerca de 26,4% em dezembro. A partir de janeiro de 2026, a carne bovina destinada à cota de 68 mil toneladas deve ser taxada em apenas 4%. Essa mudança aumenta a competitividade do produto brasileiro e estimula negociações voltadas à entrega em janeiro e fevereiro.

Mato Grosso do Sul aparece como um dos principais beneficiados por esse movimento. No acumulado de 2025, cerca de 70% da carne bovina exportada para os Estados Unidos tem origem no Estado. Uma planta frigorífica de Campo Grande responde pela maior parte dos embarques. A reabertura em condições mais favoráveis tende a repercutir diretamente nas escalas de abate e nos preços pagos ao produtor.

Ao mesmo tempo, a China prorrogou para janeiro o anúncio do resultado de uma investigação envolvendo fornecedores de carne bovina de vários países, entre eles o Brasil. A postergação afastou, por ora, o risco de interrupções abruptas nas compras chinesas. Isso permite que os embarques sigam em ritmo forte até o fim do ano. Analistas avaliam que o país pode novamente se aproximar de um volume anual equivalente a 1 milhão de cabeças exportadas, dependendo do desempenho dos últimos meses.

Cenário de Cotações e Reposição

Nas cotações, o chamado “boi China” em Mato Grosso do Sul foi apontado na casa dos R$ 320 por arroba. As referências para o mercado interno ficaram em torno de R$ 317/@ em Três Lagoas, R$ 318/@ em Campo Grande e R$ 319/@ em Dourados, conforme levantamento da Scot Consultoria. A diferença entre o animal direcionado à exportação e o boi comum existe. No entanto, hoje é menos acentuada do que em outros momentos.

Na reposição, o quadro é de firmeza generalizada. Entre as oito categorias acompanhadas pela Scot, sete registraram alta. O boi magro se aproxima de R$ 4.500 por cabeça, representando um custo equivalente a cerca de R$ 360 por arroba. Depois de pelo menos três anos de abate intenso de fêmeas, as expectativas para 2026 apontam oferta mais enxuta de animais terminados. Ao mesmo tempo, a demanda por reposição permanece robusta, sustentando preços em patamares mais altos.