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MILHO NA BOLSA

Milho em alta, exportações fortes e impacto em MS

Milho sobe na B3 com exportações fortes e frete menor, sustentando preços ao produtor em Mato Grosso do Sul.

Trem carregado com grãos deixando região de plantio no Centro-Oeste, ao fundo silos e lavoura de milho pronta para colheita, céu limpo no amanhecer
Competitividade do frete no Centro-Oeste e exportações aquecidas ajudam a sustentar o preço do milho em Mato Grosso do Sul. Foto: Gerada por IA | Adriano Hany

O mercado de milho voltou a ganhar força na B3, em um movimento diretamente ligado à demanda externa aquecida. Além disso, um custo de frete mais competitivo a partir do Centro-Oeste contribuiu. No programa Agro é Massa, o apresentador e especialista em agronegócio, Fabiano Reis destacou que os contratos futuros fecharam a terça-feira com alta em torno de 1%. Isso levou a posição janeiro a se aproximar de R$ 72 por saca e a posição março a encerrar o dia em R$ 73,78 para 60 kg.

Além disso, a melhora de preços ocorre mesmo em um ambiente de câmbio menos favorável à exportação. O dólar recuou e fechou em R$ 5,38, um centavo abaixo do valor de segunda-feira. Ainda assim, a combinação entre demanda firme e logística mais eficiente tem pesado mais na formação das cotações. Segundo o apresentador, países do Oriente Médio e o norte da África vêm mantendo ritmo forte de compras. Eles aproveitam a competitividade do frete ferroviário que sai do Centro-Oeste em direção aos portos.

Por outro lado, o transporte rodoviário também registrou recuo de valores. Isso reforça a atratividade do milho brasileiro no mercado internacional. A expectativa é de que as exportações cheguem ao fim de dezembro com algo em torno de 40 milhões de toneladas embarcadas. Ao mesmo tempo, o país ainda teria cerca de 40 milhões de toneladas da segunda safra para negociar. Portanto, torna o escoamento contínuo fundamental para evitar pressão de oferta no início de 2026.

Reação no Interior de Mato Grosso do Sul

No interior de Mato Grosso do Sul, as referências físicas também mostram reação. Em Dourados, a Royal Rural apontou estabilidade com a saca a R$ 56,67. Já os dados da plataforma Grão Direto indicam alta em São Gabriel do Oeste, com o milho fechando o dia a R$ 53,41 por saca. Em Chapadão do Sul, o preço subiu para R$ 54,76, enquanto Maracaju encerrou o dia em R$ 54,94, levemente acima do fechamento anterior.

Desafios e Oportunidades no Mercado de Milho

Dessa forma, o quadro desenhado pelo Agro é Massa mostra um milho sustentado por exportações volumosas, custos de transporte mais baixos e demanda interna ainda firme. O desafio, agora, será administrar o grande volume ainda estocado no Brasil. “Vai ter que desentocar até janeiro, fevereiro”, como lembrou Fabiano Reis. Além disso, é fundamental não perder o timing da comercialização nem a oportunidade aberta pelo frete mais competitivo.