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Milho e Logística

Milho sente recuo na B3, plantio avança e frete mantém tendência de queda

Queda no frete rodoviário e avanço do plantio de milho influenciam as margens do produtor em Mato Grosso do Sul - Foto: Reprodução
Queda no frete rodoviário e avanço do plantio de milho influenciam as margens do produtor em Mato Grosso do Sul - Foto: Reprodução

O milho também entrou na pauta desta quinta-feira (13) com um conjunto de sinais que misturam cautela e oportunidade para produtores e agentes da cadeia. Na B3, os contratos do cereal encerraram a quarta-feira em queda, em um movimento descrito por Fabiano Reis como um mercado “andando de lado”, mas com recuo nos preços. A bolsa brasileira acompanhou, em parte, o comportamento observado na Bolsa de Chicago, principal referência internacional para o grão, o que reforça a sensibilidade do milho aos ajustes externos.

Ao mesmo tempo, o câmbio mexeu com o humor dos exportadores. O dólar chegou à mínima de R$ 5,26 durante o dia e, em seguida, voltou a subir, encerrando o pregão em R$ 5,29. Empresas com contratos internacionais aproveitaram a cotação mais baixa para fazer compras da moeda, o que elevou a demanda pontual. Para quem vende produtos ligados à exportação, no entanto, a desvalorização do dólar ao longo do dia reduz o preço em reais e desestimula a oferta, já que cada saca rende menos quando convertida. Esse equilíbrio delicado entre câmbio, bolsa e apetite do comprador define o ritmo dos negócios.

No campo, o avanço do milho verão em primeira safra reforça a importância dessas variáveis. A área nacional semeada chegou a 47,7%, aproximadamente metade do total previsto, com avanço de cinco pontos percentuais em relação à semana anterior. O produtor convive com custos elevados e, por isso, observa cada variação do mercado antes de travar preços ou alongar posições. Em Mato Grosso do Sul, as cotações regionais mostram movimentos mistos, com altas e quedas em diferentes praças.

Em São Gabriel do Oeste, a saca de 60 quilos está a R$ 52,52, com alta de 0,21%. Em Chapadão do Sul, o valor é de R$ 52,54, mas com queda de 0,49%. Em Maracaju, o milho sobe 1%, chegando a R$ 54,12. Já Dourados, conforme números da Royal Rural, registra preço de R$ 56,33 a saca, com leve recuo de R$ 0,17. O quadro confirma um mercado fragmentado, no qual cada região responde de forma diferente à combinação de oferta, demanda e logística.

Sobre logística, os dados da plataforma Repom acrescentam outro elemento à análise. O preço médio do frete rodoviário por quilômetro rodado caiu pela terceira vez consecutiva, passando de R$ 7,25 em setembro para R$ 7,23 em outubro, uma retração de 0,28%. O resultado indica um período de relativa estabilidade após meses de variações intensas e impacta diretamente cadeias que dependem de longos deslocamentos, como a de grãos. Para o produtor, cada centavo a menos no frete abre espaço para ajustar margens, mesmo quando a bolsa e o câmbio não ajudam.