
Apesar de estoques mais confortáveis no Brasil e no mundo, o mercado de milho segue surpreendendo pela firmeza dos preços. A demanda aquecida de milho no Brasil, com destaque para a boa demanda interna, especialmente de rações e usinas de etanol, aliada a um ritmo lento de vendas por parte dos produtores tem dado sustentação às cotações. Isso acontece mesmo após uma safra cheia em 2025. É evidente que a demanda aquecida de milho no Brasil continua a influenciar o mercado.
O cenário global reforça essa leitura. A produção de milho nos Estados Unidos atingiu patamar recorde. Além disso, a China, segundo maior produtor mundial, caminha para colher cerca de 300 milhões de toneladas. Isso reduz a necessidade de importações chinesas. Esse quadro tende a ampliar estoques nos grandes players internacionais. Ainda assim, a demanda global continua em alta, o que evita um recuo mais agressivo nas cotações externas.
No Brasil, a safra total de milho chegou a aproximadamente 138 milhões de toneladas, somando principalmente a segunda safra, tradicionalmente a maior do ciclo. Mesmo assim, o comportamento da oferta tem sido decisivo. Detentores do grão, em especial produtores mais capitalizados, ofertam volumes ao mercado de forma gradual. Eles esperam momentos de melhor preço. Esse ritmo controlado se encontra com um consumo interno projetado para superar 90 milhões de toneladas. Esse aumento é impulsionado pelo crescimento do setor de proteínas animais e da produção de etanol à base de milho. A demanda aquecida de milho no Brasil é um fator chave para esse cenário.
Mercado de Milho em Mato Grosso do Sul
No campo, os efeitos aparecem nas praças de Mato Grosso do Sul. Em São Gabriel do Oeste, por exemplo, a saca de 60 kg foi negociada por cerca de R$ 53,50, com alta em relação ao dia anterior. Chapadão do Sul recuou levemente, ao redor de R$ 55,69, enquanto Maracaju se aproximou de R$ 56 por saca, de acordo com levantamento de plataformas especializadas em comercialização. Já em Dourados, referências apontam valores próximos de R$ 56,67, com estabilidade.
Impacto do Etanol de Milho no Consumo Interno
Além da demanda do setor de rações, o avanço das usinas de etanol de milho se consolidou como um fator estrutural. O consumo projetado para o combustível de origem cereal já coloca o segmento como segundo maior destino do milho no país, atrás apenas da pecuária. Essa mudança na matriz de uso reforça a tendência de disputa por grão e contribui para manter o mercado interno mais aquecido. A estratégia deve considerar a demanda aquecida de milho no Brasil.
Estratégias de Comercialização e Atenção ao Câmbio
Diante desse quadro, a estratégia de comercialização exige cautela. Por um lado, a oferta total é grande, o que limita movimentos explosivos de alta. Por outro, a demanda firme, somada ao comportamento defensivo dos vendedores, cria janelas de oportunidade que podem ser aproveitadas com planejamento. A atenção a câmbio, logística e fluxo de exportações seguirá determinante na formação de preços ao longo dos próximos meses.