
Perspectivas para a economia e o agronegócio brasileiro foram tema do MS Agro 2025 nesta quinta-feira (27), em Campo Grande. O evento realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) contou com a presença do economista Ricardo Amorim, eleito pela Revista Forbes como o analista econômico mais influente do país.
O evento destacou “Cenários e Perspectivas para a Economia Mundial e Brasileira”, Amorim trouxe tendências que devem impactar o agronegócio sul-mato-grossense nos próximos anos e ressaltou a posição estratégica de Mato Grosso do Sul no desenvolvimento econômico nacional.
PERSPECTIVAS PARA O AGRONEGÓCIO
Ricardo Amorim abordou as perspectivas para o agronegócio em 2026, e quais são as tendências esperadas em Mato Grosso do Sul.

“A primeira tendência é a recuperação de preço do que o produtor vende. Para Mato Grosso do Sul isso é super importante. A segunda é consumo , porque a medida de redução ou ampliação da faixa de isenção do imposto de renda, vai aumentar a renda na classe média brasileira, e as três regiões que vão ter mais crescimento no ano que vem são Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que são as regiões onde a renda é mais alta e não mais baixa“, ressaltou Amorim.
O economista explicou que os juros tem tendência a cair no próximo ano, o que pode facilitar o crédito rural e gerar mais crescimento para Mato Grosso do Sul.
“Os juros vão começar a cair no começo do ano que vem, o que gera mais crédito no Estado. A procura por imóvel vai aumentar, tanto na cidade como propriedade rural, porque você tem mais financiamento para as pessoas comprarem. O produtor que tem tido dificuldade de ter acesso a financiamento com custo minimamente decente, mas os preços vão ajudar, até porque o produtor dessa vez plantou com custos mais baixos, diferentes. Moral da história, mais crédito, mais crescimento para o Estado como um todo”, explicou o Economista.
Os commodites tiveram muitas variações de preço em 2025, Ricardo Amorim analisou como as taxações afetaram o agronegócio e o que esperar em relação ao dólar no próximo ano.
“Um dos objetivos do Trump é reduzir o déficit de contas externas, então o dólar vai cair. A população acaba comprando mais alimento, e provavelmente veremos uma reversão do que foi uma tendência de preço dos últimos anos. Na maioria das commodities agrícolas foi preço pra baixo, mas agora a tendência é o preço aumentar, como o café, nos últimos trimestres, e parte de proteína animal que já estão com os preços bem melhores”, afirmou Ricardo Amorim.
O Presidente da Famasul Marcelo Bertoni, explicou que o evento traz projeções para o produtor sobre a próxima safra, e o que esperar de 2026 para o agronegócio.
“O produtor às vezes fica muito dentro da porteira e acaba perdendo o que está acontecendo no mundo, o que pode acontecer com o produto que ele está produzindo agora, porque ele só vai colher o ano que vem e vender mais para frente, então é importante essa projeção, principalmente de China, Estados Unidos e toda essa questão mercadológica”, afirmou Bertoni.
O produtor rural Leôncio Brito Neto, analísa como foi a produção em 2025 e comenta sobre as expectativas da próxima Safra.

“A última safra foi uma safra de ajustes, a gente veio de uma queda brusca de mercado, então a gente teve que fazer a nossa parte na questão de gestão e a safra 2025-2026 é uma safra de correções para o futuro, então vamos repor o que foi retirado na safra passada e agora as expectativas é de caprichar na gestão“, afirmou o Produtor.
As projeções apresentadas no MS Agro 2025 reforçam que o agronegócio sul-mato-grossense deve entrar em 2026 em um cenário mais favorável, marcado por expectativa de recuperação de preços, aumento do consumo interno e maior acesso ao crédito. A combinação entre ambiente econômico mais estável, juros em queda e a posição estratégica de Mato Grosso do Sul no mercado nacional cria perspectivas positivas para o produtor rural.