A imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil pelos Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump, será contestada pelo governo brasileiro nos próximos dias.
A medida passa a valer a partir de 1º de agosto e foi formalizada em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou neste domingo (13) que a tarifa é inadequada e que o Brasil buscará reverter a decisão por meio da Organização Mundial do Comércio (OMC) e de canais diplomáticos e jurídicos.
“Ela prejudica inclusive o consumidor norte-americano. Entendemos que é inadequada e sem justificativa”, declarou Alckmin durante agenda em São Paulo.
Trump justificou a medida com base em decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu por tentativa de golpe de Estado, e contra apoiadores do ex-mandatário que vivem nos Estados Unidos.
No texto, o republicano classificou o julgamento como “uma caça às bruxas” e criticou o que chamou de ataques à liberdade de expressão.
“A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro é uma vergonha internacional”, escreveu.
O governo brasileiro deve se reunir nos próximos dias com representantes do setor privado para discutir a aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada em abril. A legislação permite a suspensão de concessões comerciais e de investimentos, além de obrigações relacionadas a propriedade intelectual, em resposta a medidas que afetem a competitividade do país.
Alckmin também reforçou que os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial com o Brasil e que os dois países têm relações históricas de integração econômica. Segundo ele, o mundo precisa de previsibilidade e estabilidade nas relações comerciais.
IPI zero para carros sustentáveis
Durante o mesmo evento, o vice-presidente destacou o início da aplicação da alíquota zero de IPI para carros compactos sustentáveis produzidos no Brasil. A medida, anunciada na semana passada, faz parte do Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), e pode reduzir em até R$ 12 mil o valor de veículos populares com baixa emissão de poluentes.
Para se enquadrar, o carro precisa emitir menos de 83g de CO₂ por quilômetro, conter pelo menos 80% de materiais recicláveis, ser fabricado no Brasil (incluindo etapas industriais como pintura, soldagem, motor e montagem) e pertencer à categoria dos compactos.
*Com informações da Agência Brasil