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PROTESTO COM PARABÉNS E BOLO

Comerciantes 'comemoram' 43 meses sem estacionamento rotativo no Centro da Capital

Nos últimos dois anos, CDL/CG estima uma perda de 75% de vendas na região

Protesto foi realizado na 14 de Julho esquina com a Barão do Rio Branco (Foto: Karina Anunciato)
Protesto foi realizado na 14 de Julho esquina com a Barão do Rio Branco (Foto: Karina Anunciato)

Em protesto, empresários da região Central de Campo Grande cantam parabéns para ‘celebrar’ os 43 meses sem o estacionamento rotativo, sistema que organiza o uso de vagas nas principais ruas da região.

A falta de controle no Centro, de acordo com a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL/CG), tem provocado a queda de mais de 75% de vendas, nos últimos dois anos. Além disso, segundo a instituição a perda de mais de 800 vagas, desde a última reforma urbana, provocou a redução no ticket médio de consumo no Centro, que reduziu de R$ 152 para R$ 49.

“Não há empresa que consiga sobreviver com tamanha perda. O consumidor até tenta consumir, mas não tem onde estacionar”, afirmou o presidente da CDL/ CG, Adelaido Vila.

Durante a manifestação, ele destacou ainda que outros fatores, como insegurança e abandono do espaço público, contribuem para a queda no fluxo de clientes. A situação, segundo os empresários, está travada por falta de ação política.

“Escolhemos uma prefeita e 29 vereadores, eles são bem remunerados para resolver essas demandas. Estamos dispostos a ajudar com corpo técnico e jurídico, mas a discussão está engavetada”, criticou.

A mobilização da categoria, busca chamar atenção para o impacto econômico sobre comerciantes e trabalhadores do Centro. A expectativa é que uma audiência pública ainda este mês discuta soluções.

Além do estacionamento, os empresários apontam problemas de limpeza urbana e conflitos entre bares noturnos e comércio diurno, que afetam a rotina e a segurança da região. “Hoje, sem o cliente, nós estamos morrendo aqui no Centro”, resumiu o representante.

Impacto da Falta de Estacionamento Rotativo

Empresário na região central, Vladimir Delagrave, apontou inúmeros problemas e ressaltou que a volta do estacionamento rotativo é uma solicitação antiga da classe comercial.

“Você colocou um espaço de um shopping a céu aberto, mas olha, precisamos ter uma manutenção hoje final da tarde. Às 18 horas está escuro, as lâmpadas não estão funcionando, coisas pequenas, que precisam cuidar […] o estacionamento rotativo é uma questão que a gente está pedindo há muito tempo e é imprescindível”, frisou.

Dificuldades dos Consumidores

Consumidora do Centro, Adeline Pereira Soares, disse que tem dificuldade para estacionar na região. Sem alternativa, ela contou que para guardar o carro recorre ao estacionamento privado.

“Tem uns que tem o preço acessível, outros dependendo do horário, é bem mais caro. Outro dia eu estacionei 30 minutos, nós pagamos R$ 8,00, não deu 30 minutos R$ 8,00, fica bem complicado”, falou indignada com o valor cobrando pelo serviço.

Segundo ela, a falta de vagas a impede de aproveitar promoções locais e, muitas vezes, a faz optar pelos shoppings, que oferecem maior facilidade para estacionar.

Desde março de 2022, quando teve fim o contrato com a Flexpark, que a Prefeitura de Campo Grande não contrata nenhuma empresa para o serviço.