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POLÍTICA

Emendas sobem para R$ 4 milhões e governo quer acelerar pagamentos a Deputados em 2026

Repasses devem priorizar a saúde e seguir novas regras de transparência

Emendas parlamentares de 2026 somam R$ 96 milhões — R$ 4 milhões destinados a cada parlamentar - Foto: Luciana Nassar/Alems
Emendas parlamentares de 2026 somam R$ 96 milhões — R$ 4 milhões destinados a cada parlamentar - Foto: Luciana Nassar/Alems

O governo do Estado e a Assembleia Legislativa debateram, nesta terça-feira (18), o planejamento das emendas parlamentares de 2026, que terão aumento no valor individual destinado a cada deputado — de R$ 3,5 milhões para R$ 4 milhões.

A intenção, segundo o vice-governador José Carlos Barbosa (PSD), é antecipar os pagamentos para o início do próximo ano e garantir que o cronograma não seja afetado pelo calendário eleitoral.

Barbosinha afirmou que 75% das emendas serão direcionadas à saúde, e 65% desse montante deverá ser repassado aos municípios via fundo a fundo. Ele explicou que a aceleração na execução é necessária para evitar atrasos e dar previsibilidade às entidades beneficiadas.

“Quanto mais cedo pudermos implementar o pagamento das emendas, melhor. O calendário eleitoral também exige organização”, disse.

Deputados pedem mudanças no valor mínimo para educação e assistência social

Durante a reunião, parlamentares defenderam a revisão do piso mínimo das emendas para educação e assistência social, hoje fixado em R$ 50 mil. O governo analisa a possibilidade de reduzir esse valor para R$ 30 mil, atendendo pedidos das bancadas.

Barbosinha destacou que, quando atuava como deputado, o valor total disponível era de R$ 1,5 milhão. Para ele, o aumento ao longo dos anos representa reconhecimento ao papel do Legislativo no desenvolvimento do Estado.

Entidades travam pagamentos por falta de documentação

Um dos principais entraves discutidos foi a dificuldade de execução quando entidades não cumprem exigências legais, como prestação de contas, utilidade pública ou documentação pendente.

Segundo Barbosinha, nesses casos o processo fica suspenso e o deputado pode substituir a entidade indicada.

“Nem sempre a entidade está apta. Às vezes recebeu emenda no ano anterior e não prestou contas. Isso trava a liberação. A orientação é trabalhar para que nenhuma indicação fique sem execução”, afirmou.

Gerson Claro reforça transparência e diz que emenda não pertence ao deputado

O presidente da Alems, Gerson Claro (PP), enfatizou que as emendas são recursos públicos destinados exclusivamente à população — e não aos parlamentares.

Ele lembrou que o tema ganhou relevância nacional após ações de controle do Supremo Tribunal Federal (STF), que exigem mais transparência e rastreabilidade. No Estado, um grupo formado pelo Tribunal de Contas, Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e Assembleia acompanha o processo.

“São R$ 4 milhões por deputado, independentemente de partido ou posição política. Em 2026, serão R$ 96 milhões para atender diretamente a sociedade, com quase R$ 60 milhões destinados à saúde”, afirmou.

Gerson explicou que cerca de 75% das emendas de 2025 já foram pagas, mas algumas seguem pendentes por falhas nas entidades. A meta é concluir a execução de todas as indicações possíveis.

Walter Carneiro: aumento exige reforço para a saúde

O secretário da Casa Civil, Walter Carneiro Júnior, disse que o aumento no valor individual das emendas teve como contrapartida ampliar a parcela obrigatória destinada à saúde.

Ele confirmou que 65% do montante previsto para o setor será transferido diretamente aos municípios, o que, segundo ele, garante rapidez no custeio e mais autonomia às prefeituras.

Diálogo permanente entre os poderes

O governo e a Assembleia afirmaram que a discussão sobre o cronograma é recorrente e deve continuar ao longo de 2026 para ajustar regras e ampliar a execução.

Barbosinha destacou que o diálogo permanente é essencial para resolver pendências: “Esse processo precisa evoluir sempre. O objetivo é atender melhor a população de Mato Grosso do Sul.”