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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Iniciativa transforma agricultura familiar e recupera áreas degradadas no interior do Maranhão

Projeto Sumaúma Sustentável, desenvolvido pela Associação Frei Tadeu com apoio da Suzano, capacita famílias, fortalece o protagonismo feminino e promove reflorestamento em comunidades rurais

Produtos comercializados no projeto - Foto: Adriano Hany/Portal RCN67
Produtos comercializados no projeto - Foto: Adriano Hany/Portal RCN67

O projeto Sumaúma Sustentável, desenvolvido pela Suzano em parceria com a Associação Frei Tadeu e a empresa italiana Sofidel, vem mudando a realidade de comunidades rurais no interior do Maranhão.

A iniciativa une capacitação técnica, educação ambiental e empreendedorismo local para fortalecer a agricultura familiar, recuperar áreas degradadas e ampliar as oportunidades de renda de forma sustentável.

Produtos comercializados no projeto – Foto: Adriano Hany/Portal RCN67

O projeto integra a estratégia de investimento socioambiental da Suzano nos estados do Maranhão, Pará e Tocantins. Segundo o gerente executivo de Sustentabilidade da empresa, Giordano Altomare, o foco é oferecer capacitação continuada para que famílias rurais tenham condições de melhorar a produção e se integrar aos mercados regionais.

“Nosso objetivo é fortalecer a agricultura familiar e criar conexões entre o produtor e as oportunidades de comercialização. É um projeto que valoriza o território e o protagonismo das mulheres, que representam a maioria dos mais de 600 beneficiários diretos”, destacou.

Da degradação à recuperação ambiental

À frente das ações no Maranhão está Joucelita Facundes, coordenadora da Associação Frei Tadeu, organização que há décadas atua em projetos comunitários na região de Imperatriz.

Ela lembra que a área onde hoje funciona o centro de capacitação era degradada e usada para criação de gado, mas vem sendo transformada com reflorestamento e recuperação de nascentes.

“Recuperamos uma nascente que estava se perdendo com o pisoteio do gado e transformamos a área em um corredor ecológico. Plantamos árvores nativas e criamos um espaço de convivência entre a produção rural e o meio ambiente”, conta Joucelita.

O projeto mantém um viveiro de mudas nativas em parceria com o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que também desenvolve pesquisas sobre a castanha do Maranhão — uma espécie até então pouco explorada comercialmente, mas com potencial para a produção de alimentos e cosméticos.

Educação e empreendedorismo rural

A Associação Frei Tadeu se consolidou como referência em educação no campo, oferecendo cursos e oficinas que vão da apicultura e meliponicultura à fabricação artesanal de queijos, iogurtes e doces.

Os cursos contam com o apoio de outras instituições, que ajudam na regularização sanitária e no registro de pequenos produtores.

Produtos comercializados no projeto – Foto: Adriano Hany/Portal RCN67

Para Joucelita, o maior desafio é mostrar que é possível viver do campo de forma sustentável. “A ideia é que o pequeno agricultor entenda que pode produzir, gerar renda e, ao mesmo tempo, cuidar da natureza. É um trabalho de conscientização e de amor pela terra”, afirma.

A Associação Frei Tadeu também preserva o legado do frei que dá nome ao projeto — um religioso e antropólogo assassinado nos anos 1990 por lutar pela permanência de famílias em áreas rurais.

Seu ideal de autonomia e solidariedade segue inspirando a atuação de lideranças comunitárias e de voluntários que mantêm viva a missão de promover dignidade e educação no campo.

Protagonismo feminino e transformação social

Um dos pilares do Sumaúma Sustentável é o empoderamento das mulheres. Em muitos casos, elas se tornaram as principais fontes de renda das famílias. É o caso de Raquel Souza Silva, produtora rural.

Antes, ela fabricava apenas queijos; hoje, vende iogurtes gregos com geleias de frutas regionais e ampliou a clientela após participar das formações na Escola Ambiental Frei Tadeu.

“Esses cursos mudaram minha vida. Aprendi novas receitas, melhorei a qualidade dos meus produtos e aumentei minha renda. Agora tenho orgulho do que produzo”, contou.

Além das capacitações, o projeto incentiva a formalização de negócios rurais e o acesso a selos de inspeção que garantem a qualidade dos produtos locais. “O Sebrae e a Secretaria de Educação do Maranhão ajudam essas mulheres a se regularizarem, entenderem o mercado e valorizarem o que produzem”, explica Joucelita.

Um modelo de futuro sustentável

Para Giordano Altomare, o impacto do Sumaúma Sustentável vai além da renda. “É um exemplo de desenvolvimento com responsabilidade social e ambiental. Mostra que o campo pode ser um espaço de inovação, geração de renda e preservação. O futuro sustentável nasce dessas iniciativas locais”, avalia.