“Liderança precisa estar próxima das pessoas”, afirmou Marcelo Nóbrega ao encerrar sua palestra na 7ª edição do RCN em Ação 2025 – AMCHAM Talks Campo Grande. Ex-diretor de Recursos Humanos do McDonald’s, ele percorreu temas que vão da crise de liderança às novas tecnologias aplicadas à gestão de pessoas, defendendo um modelo mais colaborativo, transparente e inovador para o futuro do trabalho.
Transformações no trabalho e crise de liderança
Nóbrega destacou que as mudanças simultâneas — novas gerações, trabalho remoto, inteligência artificial — transformaram o ambiente corporativo.
“Aconteceu justamente na nossa vez: um monte de mudanças simultâneas, bruscas, mudando tudo no mundo. As regras eram mais fáceis de dominar, agora muda tudo”, disse.
Ele defendeu que líderes precisam abandonar práticas antigas e desenvolver novas formas de motivar, reter e engajar talentos.
“Não vou trabalhar a vida inteira na mesma empresa, nem fazer a mesma coisa. A retenção hoje precisa ser repensada, porque as pessoas têm mais poder de escolha”, completou.
Novos modelos organizacionais e motivação
O executivo apresentou conceitos de holocracia, células autônomas e decisões por consentimento, ressaltando diversidade como resposta à complexidade.
“Adaptabilidade é a grande competência que a gente precisa nos próximos anos. E diversidade é a solução para a complexidade”, pontuou.
Ele ainda destacou que líderes precisam ter motivação transcendental — o desejo de impactar positivamente a vida de outras pessoas — para se manterem relevantes.
Liderança em situações de crise
Para Nóbrega, não existe um estilo único de liderança para todos os momentos. É preciso navegar entre estilos e saber quando usar comando e controle ou modelos democráticos.
“Comando e controle é essencial em situações de crise, mas não pode ser a regra em momentos normais. O time tem que ter confiança em você e você precisa ser previsível”, afirmou.
Durante a pandemia, muitos líderes reagiram com excesso de trabalho e necessidade de controle, quando o ideal era foco, disciplina e comunicação transparente.
Confiança, tecnologia e equipes de alta performance
No encerramento, Nóbrega apresentou cases de tecnologia aplicada à gestão de pessoas — como redes colaborativas, sensores para monitoramento de bem-estar, inteligência artificial para recrutamento e helpdesk como fonte estratégica de dados.
“O robô virou fonte de informação estratégica para a gente. Liderança precisa estar próxima das pessoas, conhecer e se dar a conhecer”, concluiu.
Ele também usou o vôlei como metáfora para explicar a importância da confiança em times de alta performance.
“O atacante depende do levantador, que depende do líbero. Eles confiam porque treinam juntos. É a confiança que faz uma equipe funcionar bem”, disse.