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CAMPO GRANDE

Câmara propõe criação de fundo para evitar novas paralisações do transporte coletivo

Medida é resposta à greve de duas horas dos trabalhadores do Consórcio Guaicurus; proposta busca garantir repasses regulares e transparência no sistema

Ônibus do Consórcio Guaicurus - Foto: Arquivo/Portal RCN67
Ônibus do Consórcio Guaicurus - Foto: Arquivo/Portal RCN67

Após a paralisação de duas horas do transporte coletivo de Campo Grande na manhã desta quarta-feira (22), a Câmara Municipal realizou uma reunião de emergência para discutir soluções imediatas para o setor. O encontro, convocado pelo presidente da Casa, vereador Epaminondas Neto, o Papy, reuniu a Comissão de Transporte e Trânsito e outros parlamentares.

Como resultado, a Câmara decidiu acelerar a criação do Fundo Municipal de Mobilidade e Trânsito, que deve garantir previsibilidade e transparência nos repasses ao sistema. Segundo Papy, o objetivo é evitar novas crises como a registrada esta semana. “A Câmara considera inaceitável qualquer tipo de prejuízo ao usuário do transporte coletivo. Queremos criar um mecanismo de repasse direto e transparente, para que os recursos cheguem ao destino sem atrasos”, afirmou.

O vereador explicou que o fundo será composto por diferentes fontes de receita, como parte das multas de trânsito, do estacionamento rotativo e até de multas ambientais. A ideia, segundo ele, é construir um modelo de “fundo a fundo”, em que os valores destinados ao transporte não possam ser desviados de sua finalidade.

Papy também criticou o impasse entre Prefeitura e Governo do Estado, apontado como causa dos atrasos de repasses ao Consórcio Guaicurus, que somam cerca de R$ 9,5 milhões. “O município está com pendências fiscais e não consegue receber os recursos do convênio com o Estado. Essa situação já era de conhecimento das partes e poderia ter sido resolvida antes da paralisação”, disse.

Para o presidente da Câmara, a prioridade é o cidadão. “O trabalhador que ficou no ponto sem ônibus, que perdeu o horário de trabalho, é quem mais sofre. Vamos pedir uma reunião com a prefeita, o consórcio e o sindicato, porque Campo Grande precisa de planejamento e responsabilidade na gestão da mobilidade”, concluiu.