A leitura da Carta do Pantanal foi um dos pontos centrais da Pré-COP30 Bioma Pantanal, realizado nesta terça-feira (30), em Campo Grande. O documento, elaborado por meio de um processo participativo, reúne propostas de preservação e desenvolvimento sustentável e servirá como base para a COP30, marcada para novembro, em Belém.
O texto cobra maior integração entre estados, políticas modernas de preservação e instrumentos econômicos que garantam prosperidade às populações locais.
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, ressaltou que a conferência deve marcar uma nova etapa de execução das políticas já firmadas. “É uma COP da implementação, onde a visão econômica deve se fazer presente. Temos a Lei do Pantanal e o pagamento por serviços ambientais como instrumentos que mostram que é possível preservar e produzir”, afirmou, destacando que o setor privado também precisa se engajar na pauta ambiental.
Para o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, o destaque dado às pré-COPs é uma forma de garantir que biomas além da Amazônia sejam incluídos nos debates globais. “A presença dos estados e municípios será uma marca importante da COP30. As pré-COPs garantem que biomas como o Pantanal não fiquem de lado diante do protagonismo da Amazônia”, disse.
O evento contou com a participação da diretora-executiva da COP30, Ana Toni, que reforçou a importância de levar soluções locais ao cenário internacional.
“A preservação dos biomas é fundamental e falamos pouco disso nas COPs. Queremos mostrar que não existe combate à mudança do clima sem olhar para eles e sem instrumentos econômicos que deem condições às populações locais de preservar”, destacou.
O secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Alex Marega, defendeu a atuação integrada entre os estados. Segundo ele, fenômenos como incêndios e secas não respeitam limites políticos. “O incêndio que acontece em Mato Grosso chega ao Mato Grosso do Sul e vice-versa. Não há linha que separe o bioma, por isso precisamos atuar de forma conjunta na gestão e na operação”, afirmou.
Já o secretário-adjunto da Semadesc, Artur Falcette, que apresentou a carta, avaliou que o momento é de cobrar do governo federal políticas mais modernas e alinhadas à realidade do bioma. “Precisamos de um olhar que reconheça mecanismos de mercado e programas de pagamento por serviços ambientais, para garantir a preservação especialmente no Pantanal”, disse.
A Carta do Pantanal será encaminhada à organização da COP30 e pretende reforçar que ciência, governos e sociedade devem caminhar juntos para transformar compromissos em ações práticas.