Em Campo Grande, o cartão de crédito continua sendo o principal motivo de endividamento das famílias, usado por 68,2% dos consumidores com dívidas em setembro. Em seguida, aparecem os carnês (20,6%) e os financiamentos de imóveis (12,3%), segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela CNC.
O levantamento mostra leve melhora no cenário financeiro: o número de endividados caiu de 65,6% para 65,2%, e o índice de inadimplência recuou de 14,1% para 13,3%. Apesar disso, 46,1% das famílias ainda têm contas em atraso.
Para o economista Eduardo Matos, o resultado reflete um movimento nacional, influenciado pelo aperto monetário e por fatores regionais. “A taxa básica de juros mais alta torna o crédito mais caro e faz com que as pessoas contraiam menos dívidas. Além disso, Mato Grosso do Sul vive praticamente o pleno emprego, o que ajuda na recuperação financeira das famílias”, explica.
Matos alerta, porém, que o cartão de crédito, por ser um meio de acesso fácil e imediato, continua sendo o principal fator de risco. “O limite muitas vezes ultrapassa a renda do consumidor, e sem controle ou educação financeira, isso pode gerar um novo ciclo de endividamento”, avalia.
Ele destaca ainda que, com a chegada do fim do ano, é importante rever hábitos de consumo e priorizar o pagamento de dívidas com juros mais altos. “O décimo terceiro pode ser uma oportunidade para quitar contas e começar o próximo ano em equilíbrio”, orienta o economista.