O mercado da soja vive dias de expectativa. A possível retomada de um acordo comercial entre Estados Unidos e China, prevista para ser discutida em uma reunião marcada para o fim do mês na Coreia do Sul, tem provocado movimentos cautelosos nas bolsas e entre produtores. Segundo o analista da Terra Agronegócios, Ênio Fernandes, o desfecho dessas negociações será determinante para o rumo dos preços e da demanda global.
Atualmente, o cenário é de incerteza. A guerra comercial entre os dois países e as tarifas impostas pelo governo norte-americano encareceram a soja dos Estados Unidos, o que levou a China — maior compradora mundial do grão — a concentrar suas importações no Brasil e, mais recentemente, na Argentina. “O mercado está em compasso de espera, porque qualquer aceno positivo entre os dois líderes pode mudar toda a dinâmica de compra”, explicou Fernandes.
Para o Brasil, segundo o analista, os desdobramentos representam tanto riscos quanto oportunidades. Caso o acordo seja firmado e favoreça os produtores norte-americanos, o volume de compras chinesas por soja brasileira tende a diminuir. Por outro lado, se as negociações não avançarem, a demanda da China pelo produto brasileiro deve crescer, impulsionando os preços internos e garantindo melhor remuneração aos agricultores.
O line-up dos portos brasileiros já indica uma desaceleração nas exportações: apenas 160 mil toneladas foram comercializadas até o momento para novembro, o que reforça a cautela do mercado diante das indefinições. “O que está em jogo não é só a safra atual, mas também a que será colhida em 2026”, destacou Fernandes.
Enquanto isso, produtores e traders monitoram o clima e os desdobramentos diplomáticos. A reunião entre os presidentes dos Estados Unidos e da China promete ser decisiva — e pode definir o humor do mercado global da soja pelos próximos meses.
Confira a análise completa no Agro é Massa desta quinta-feira (23):