O mercado pecuário em Mato Grosso do Sul enfrenta um período de pressão nos preços, reflexo do aumento da oferta de animais confinados e da baixa qualidade das pastagens após o inverno. Mesmo assim, o cenário para os produtores do estado ainda apresenta oportunidades de margem.
Segundo o diretor-executivo do Grupo Guarujá, Luiz Venturi, o confinamento tem garantido melhores condições aos pecuaristas neste momento. “Apesar da queda no preço da arroba, as margens continuam atrativas. Hoje é possível produzir uma arroba de R$ 240 a R$ 250 e vender a R$ 320, o que representa cerca de 20% de margem”, destacou.
Venturi reforça que a estratégia para o período é aproveitar o confinamento como forma de aliviar as pastagens e garantir novos giros de engorda. “A chuva deve se firmar apenas em outubro, o que significa que o boi de pasto só deve estar pronto para abate em fevereiro ou março do próximo ano. Até lá, o confinamento segue como alternativa viável para aproveitar o aumento previsto nos preços”.
Outro ponto positivo é a valorização do gado magro e a relação de troca com o boi gordo, considerada favorável para o produtor. “Ao acelerar o número de giros no confinamento, o pecuarista consegue otimizar resultados, aumentar a produção de arrobas e manter a competitividade”, explicou.
No cenário internacional, a carne brasileira mantém preço inferior ao de países como Estados Unidos e Austrália, o que reforça a demanda de exportação. Para Venturi, esse fator, somado ao ágio que Mato Grosso do Sul vem registrando em relação a São Paulo, cria um ambiente mais favorável para o confinador local, equilibrando custos e melhorando as condições de mercado.
Confira a entrevista completa no Agro é Massa, desta quinta-feira (25):