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ENTREVISTA

Médico alerta para riscos do estresse e resistência masculina em buscar tratamento

Especialista diz que automedicação e demora em buscar atendimento agravam problemas de saúde

Sóstenes Maciel nos estúdios da Massa FM Campo Grande - Foto: Rodrigo Moreira/Portal RCN67
Sóstenes Maciel nos estúdios da Massa FM Campo Grande - Foto: Rodrigo Moreira/Portal RCN67

O estresse, cada vez mais presente na rotina, pode se tornar um fator de risco para diversas doenças e comprometer a qualidade de vida, especialmente entre os homens. O alerta é do médico Sóstenes Maciel, que participou nesta quarta-feira (6) do quadro Saúde é Massa, no programa Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande.

Segundo o especialista, o estresse se manifesta em três fases. A primeira é a de alerta, marcada por reações imediatas do corpo diante de situações inesperadas, como aceleração dos batimentos cardíacos e sudorese.

Em seguida, vem a fase de resistência, quando os fatores estressantes se tornam frequentes — como no trânsito ou no ambiente de trabalho. Por fim, a fase de exaustão, caracterizada por cansaço extremo, indisposição e queda no rendimento profissional e pessoal.

Maciel explica que, nesse último estágio, surgem problemas mais graves, como hipertensão persistente, alterações alimentares, ganho de peso, sedentarismo, diabetes e queda na libido.

“O nível elevado de cortisol interfere diretamente no dia a dia e na qualidade de vida”, afirmou.

O médico destaca que muitos homens não percebem os sinais de estresse e só procuram ajuda após incentivo de familiares. “Setenta por cento só buscam atendimento quando a companheira ou os filhos insistem. E, desses, mais de 40% desistem antes da consulta”, observou.

Para ele, romper estigmas e procurar atendimento médico, preferencialmente com equipe multidisciplinar, é essencial. Maciel defende que os homens aprendam a falar sobre seus problemas e adotem a mesma frequência de consultas preventivas que as mulheres, que visitam médicos com mais regularidade.

Outro ponto de atenção é a automedicação, que pode mascarar sintomas e atrasar diagnósticos. “Quando identificamos o problema, muitas vezes ele já está avançado, e as opções de tratamento se tornam limitadas”, alertou.

De acordo com o especialista, cuidar da saúde física e mental deve ser prioridade. “Vivemos mais, mas precisamos viver com qualidade”, concluiu.

Confira a entrevista na íntegra: