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RISCOS RESPIRATÓRIOS

MS registra 434 mortes por doenças respiratórias neste ano

Estado registra quase três mortes por dia, em média, devido a casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)

Vírus sincicial respiratório lidera diagnósticos; idosos e crianças são mais vulneráveis
Vírus sincicial respiratório lidera diagnósticos; idosos e crianças são mais vulneráveis a SRAGs - Imagem gerada por IA


De acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MS), divulgado nesta terça-feira (17), Mato Grosso do Sul registrou 5.176 casos confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) até a Semana Epidemiológica 23, encerrada em 7 de junho.

Dessas notificações, 3.176 seguem sem agente etiológico especificado, enquanto 1.613 tiveram o patógeno identificado e 411 aguardam classificação final. Ao todo, 434 pacientes evoluíram a óbito, resultando em letalidade média de 8,4%. Isso representa quase três mortes a cada dia, em média (2,7).

No entanto, em vários municípios o índice de letalidade é alarmante. Em Aral Moreira e Caracol, 37,5% dos casos evoluíram para óbito. Em Angélica e Juti esse índice é de 33% e em Anastácio de 29%.

No ano passado, até esta mesma semana epidemiológica, o total de mortes por SRAGs somava 263 casos, conforme os dados da SES-MS. Na comparação, houve um aumento de 65% no número de óbitos em 2025.

Dados divulgados pela SES-MS em 2024 e em 2025, abrangendo o mesmo período epidemiológico

Perfil Demográfico

O perfil etário revela que crianças com menos de 1 ano e de 1 a 9 anos concentram mais de metade das ocorrências em 2025, com 1.342 e 1.303 casos, respectivamente. Ademais, o sexo masculino correspondeu a 53% dos registros, contra 47% entre mulheres. Além disso, pacientes com 80 anos ou mais somaram 123 mortes, representando 28,3% do total de óbitos. (Veja gráficos abaixo do Boletim Epidemiológico Ses-MS)

Agentes Etiológicos

O vírus sincicial respiratório (RSV) liderou as infecções, detectado em 38,9% dos casos com etiologia definida, seguido por rinovírus (22,3%) e Influenza A H1N1 (19,0%). Entretanto, coinfecções também foram relevantes, sendo a combinação de RSV e rinovírus responsável por 45,9% dos casos múltiplos.

Distribuição Regional

A distribuição regional indica que Campo Grande concentrou 1.807 casos (34,9% do total) e 147 mortes, com incidência de 201,2 por 100 mil habitantes. Contudo, municípios de menor porte apresentaram taxas superiores.

No ranking dos municípios com as maiores taxas de incidência de SRAG – por cada grupo de 100 mil habitantes – estão:

  • Paraíso das Águas: 816,7
  • Figueirão: 593,4
  • Nioaque: 529,5
  • Chapadão do Sul: 484
  • Miranda: 434,7

Recomendações

A evolução semanal mostra pico de 481 notificações na SE 19, seguido de leve queda até 387 casos na SE 23, sugerindo estabilidade após o ápice. Portanto, manter a vigilância ativa e reforçar a vigilância laboratorial permanecem cruciais para antecipar novas ondas de infecção.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MS) recomenda intensificar a vacinação contra Influenza e promover o uso de máscara em locais fechados. Além de preservar a capacidade de resposta hospitalar, tais ações podem reduzir a circulação viral no período de maior transmissibilidade.