
O deputado estadual Pedro Kemp (PT) avaliou os principais temas políticos de 2025 em entrevista à Massa FM Campo Grande. No diálogo, ele destacou projetos aprovados na Assembleia Legislativa, analisou a crise financeira do governo estadual, comentou a relação do PT com o governador Eduardo Riedel (PP) e falou sobre violência contra a mulher, Pantanal, eleições de 2026 e a atuação do presidente Lula (PT).
Projetos e debates de 2025
Kemp afirmou que encerra o ano com balanço positivo de sua atuação parlamentar. Ele lembrou leis históricas de sua autoria e destacou iniciativas recentes, como a norma que assegura ao paciente o uso da carteirinha física de planos de saúde.
Para o deputado, o projeto corrige dificuldades enfrentadas especialmente por idosos e pessoas com pouca familiaridade digital.
Ele também apontou como prioridade a lei que inclui o canabidiol na rede pública de saúde, já aprovada, mas ainda sem regulamentação estadual. “É um remédio eficaz para várias doenças e deveria estar disponível na rede pública”, afirmou.
Na entrevista, Kemp ainda apresentou seu novo projeto voltado ao combate à violência contra mulheres no ambiente virtual, em um ano marcado por 37 feminicídios no estado. “A causa principal da violência contra a mulher é o machismo. Precisamos romper essa cultura desde a educação infantil”, declarou.
Feminicídios e falhas no atendimento
Ao comentar os casos de violência contra mulheres, Kemp citou um episódio em que falhas no atendimento resultaram em um feminicídio, o que levou a debates envolvendo Judiciário, Defensoria e Ministério Público.
Para ele, ainda há avanços necessários: “A mulher precisa ter segurança para denunciar e saber que terá proteção real. Caso contrário, ela volta para casa com medo e risco ainda maior”.
Lei do Pantanal e meio ambiente
Kemp classificou a aprovação da Lei de Proteção do Pantanal como um marco da atual legislatura. Ele defendeu que o estado assuma sua vocação ambiental. “Dois terços do Pantanal estão aqui. Temos o dever de proteger esse patrimônio para as próximas gerações”, disse.
O deputado reiterou sua proposta de renomear o estado para “Estado do Pantanal”.
Divergências no plenário e segurança pública
Ao comentar embates recentes na Alems, especialmente com o deputado Coronel David, Kemp defendeu o debate democrático, mas criticou operações policiais com grande número de mortes no Rio de Janeiro.
“Depois dessa matança toda, o crime acabou? Não acabou. Não é fazendo uma chacina que se combate o crime organizado”, afirmou.
Para ele, o caminho mais eficiente é “inteligência policial e sufocamento financeiro do crime organizado”.
Saída do PT do governo Riedel
Kemp explicou por que o PT se desligou da base do governador Eduardo Riedel em 2025. Embora o partido tenha apoiado Riedel no segundo turno de 2022, a postura recente do governador aproximando-se da extrema direita tornou, segundo o deputado, a permanência insustentável.
“Ajudamos a derrotar a extrema-direita. E agora ele se aproxima justamente desse campo político”, afirmou.
Ele também avaliou as contas estaduais: “O governo enfrenta dificuldades financeiras, com folha no limite prudencial e necessidade de empréstimos para honrar compromissos”.
PT em Campo Grande e interior
Kemp, que preside o diretório municipal da sigla, disse que o partido vive momento de crescimento, com renovação de diretórios e novas filiações. Ele destacou os três vereadores eleitos em 2024 e a presença de nomes competitivos para 2026. “Estamos bastante motivados. O partido está crescendo na capital e no interior”.
Eleições de 2026 e possível candidatura de Fábio Trad
O deputado confirmou que o PT discute a pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do estado. “Ele já pontua bem, mesmo sem oficializar a candidatura. A tendência é só crescer”, disse.
Sobre sua própria participação, Kemp afirmou não ter intenção de concorrer à Câmara Federal: “Talvez eu me apresente novamente à reeleição como deputado estadual”.
Avaliação do governo Lula
Kemp avaliou positivamente a gestão federal em 2025. Ele citou avanços econômicos, políticas sociais, baixa taxa de desemprego e programas como Pé-de-Meia e Minha Casa Minha Vida.
Destacou ainda a decisão de isentar do IR quem ganha até R$ 5 mil: “É justiça fiscal. Quem tem menos não pode pagar o mesmo peso tributário de quem tem muito”.
Confira a entrevista na íntegra: