A vassourinha-de-botão (Borreria spinosa) tem se tornado um desafio crescente para os produtores de soja e milho. Suas características biológicas favorecem a rápida disseminação e dificultam o controle, especialmente quando a planta atinge a fase adulta.
Pesquisadoras da Embrapa identificaram que o momento mais eficaz para o manejo é logo no início da infestação, ainda nas bordas de lavouras e beiras de estradas. Nessa fase, além da dessecação em pré-semeadura, recomenda-se também o uso de herbicidas em pós-emergência, estratégia pouco comum, mas indicada para conter a rebrota e reduzir a propagação.
A raiz tuberosa da espécie permite o armazenamento de água e nutrientes, o que garante resistência durante períodos secos e favorece o crescimento rápido com a chegada das chuvas. Esse mecanismo reforça a necessidade de atenção contínua no campo, evitando que a planta complete seu ciclo e produza sementes que se espalham facilmente com o trânsito de máquinas.
O manejo deve ser integrado, unindo diferentes práticas. A rotação de mecanismos de ação de herbicidas e o controle cultural, com a inclusão de forrageiras em sistemas consorciados, como o milho com braquiária, estão entre as alternativas que contribuem para reduzir a presença da invasora.
Outro desafio está na correta identificação da espécie, já que a vassourinha-de-botão é frequentemente confundida com plantas semelhantes da mesma família. Essa confusão pode levar a falhas no manejo e até a interpretações equivocadas em estudos anteriores.
Uma publicação técnica lançada recentemente reúne recomendações detalhadas de herbicidas e estratégias de posicionamento no campo. O material gratuito auxilia consultores e produtores a adotar medidas mais eficazes para conter o avanço da vassourinha-de-botão e proteger a produtividade das lavouras.