
A Prefeitura de Campo Grande afirma estar em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa e informa que, desde o início de 2025, vem realizando aportes extras mensais de R$ 1 milhão para auxiliar no custeio da instituição.
Segundo a administração municipal, diante do cenário de paralisação, a gestão mantém diálogo permanente com a direção do hospital e diz buscar alternativas para preservar a regularidade dos atendimentos e reduzir impactos à população.
O posicionamento é apresentado em meio à greve de servidores da Santa Casa, iniciada nesta segunda-feira (22), em protesto contra o atraso no pagamento do 13º salário e a proposta de parcelamento do benefício.
Greve escancara crise financeira do hospital
A paralisação mobiliza parte significativa dos cerca de 3.600 funcionários da instituição. Em assembleia, os trabalhadores rejeitaram a proposta de quitação do 13º em três parcelas a partir de 2026 e condicionam o fim do movimento ao pagamento integral do benefício.
Mesmo com a manutenção de aproximadamente 70% do efetivo para atendimentos de urgência, cerca de 600 manifestantes ocuparam o entorno do hospital, enquanto lideranças sindicais buscam interlocução com o Governo do Estado para destravar recursos.
Falta de insumos e sobrecarga agravam cenário
Além do impasse salarial, servidores denunciam escassez de medicamentos e insumos básicos, além de sobrecarga de trabalho e afastamentos por adoecimento. Profissionais relatam dificuldades para manter a assistência em uma unidade que opera com lotação constante e déficit de pessoal.
A situação levou o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS) a alertar para o risco de colapso assistencial, após fiscalizações constatarem baixo estoque de medicamentos de emergência.
Impasse envolve município, Estado e hospital
Enquanto o município sustenta que cumpre os repasses pactuados e reforça os aportes extras, o Governo do Estado afirma não ter responsabilidade formal pelo pagamento do 13º salário, destacando que os repasses regulares estão em dia.
Já a Santa Casa aponta falta de caixa para honrar o benefício sem novos recursos, mantendo o impasse entre trabalhadores, gestores e entes públicos.