
A partir desta terça-feira (08), a tarifa de energia elétrica da Energisa em 74 municípios de Mato Grosso do Sul sofreu um reajuste médio de 0,69%, conforme anunciado pela presidente do Conselho Nacional de Consumidores de Energia Elétrica, Rosimeire Costa, no programa “Microfone Aberto” da Massa FM.
O aumento, homologado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), varia entre 0,56% para consumidores residenciais e 0,92% para rurais, impactando a fatura de maio, referente ao consumo de abril.
Detalhes do Reajuste e Impostos
O reajuste aplica-se exclusivamente à área de concessão da Energisa, excluindo cidades como Três Lagoas, Selvíria, Mundo Novo e Anaurilândia, atendidas pela Elektro, cujo contrato só será revisado em setembro.
Segundo Costa, o valor final nas faturas inclui encargos como ICMS, PIS/Cofins e a contribuição de iluminação pública, que varia por município.
“Um quilowatt que custava R$ 0,87 sobe para R$ 0,92, mas com impostos pode chegar a R$ 1,11”, exemplificou, destacando a importância de os consumidores analisarem suas contas para identificar onde economizar.
Conquista do Conselho e Redução do Impacto
A proposta inicial da Aneel previa um aumento maior, baseado no IGP-M de 9,55%, mas foi ajustada após intervenção do conselho estadual.
Com o índice fechado em 8,56% pelo Banco Central, o reajuste foi reduzido. “Conseguimos evitar um impacto maior sem precisar recorrer em Brasília”, afirmou Costa, que também preside o conselho da Energisa em MS.
A relatora da Aneel acatou a sugestão, adiando a homologação de 1º para 8 de abril, resultando em um valor mais acessível.
Alerta para o Período Seco
Com a chegada do outono e inverno, períodos de estiagem até setembro, a presidente alertou para a possível ativação de bandeiras tarifárias mais caras.
“Sem chuvas, os reservatórios das hidrelétricas diminuem, e o despacho de termelétricas, que usam gás ou diesel, pode encarecer a energia”, explicou.
Ela reforçou a necessidade de uso racional da eletricidade para evitar surpresas no bolso, especialmente porque o reajuste não inclui os encargos setoriais, que elevam o custo final.
Defesa por Energia Mais Barata
Representando 89 milhões de consumidores nacionais, Costa criticou a alta carga de subsídios embutida nas tarifas.
“Produzimos uma das energias mais baratas e renováveis do mundo, mas pagamos a quinta mais cara como consumidores finais”, lamentou.
O conselho tem dialogado com o Congresso Nacional e o Ministério de Minas e Energia para reduzir esses custos, sobretudo para proteger consumidores vulneráveis, cujo consumo é inferior ao da África Subsaariana.