
O temporal que atingiu Campo Grande, no domingo (2), gerou 28 ocorrências ao Corpo de Bombeiros, deixou 20% dos consumidores sem energia elétrica e causou estragos em diversos bairros da Capital.
De acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), a chuva – acompanhada de ventos fortes, 54 quilômetros por hora (km/h)- veio acompanhada de queda de granizo. As consequências foram queda de árvores, casas destelhadas e danos à rede elétrica.

Um dos pontos mais afetados foi a região dos altos da avenida Afonso Pena, onde comerciantes e moradores ainda calculam os prejuízos. A comerciante Neiva Lopes, dona de um trailer na área, relatou momentos de pânico durante o temporal.
“Foi apavorante. O vento arrastou tudo, quebrou mesas e cadeiras, perdi mercadoria, mas, graças a Deus, ninguém se machucou”, contou.
Ela contou que depois da ventania, precisou encerrar o atendimento e que só nesta segunda-feira (3) voltou ao local para fazer o levantamento dos estragos da chuva. “Agora é começar de novo”, relatou.
Até as 9 horas, a Energisa – concessionária que atende Campo Grande – informou que o fornecimento de energia já foi restabelecido para 80% dos clientes afetados e que equipes continuam nas ruas em regime de plantão. Segundo a concessionária, as rajadas de vento e as descargas atmosféricas provocaram danos à rede elétrica em vários bairros de Campo Grande e de cidades da região Centro-Sul do estado.
Ações da Defesa Civil e Impacto nos Moradores
Outra instituição acionada para realizar o atendimento a população, a Defesa Civil de Campo Grande disse que, após o temporal de domingo, já realizou a desobstrução de oito vias públicas. No momento, as equipes atendem seis chamados relacionados à queda de árvores. O órgão mantém plantão 24 horas e orienta que a população entre em contato pelo telefone 199 em casos de emergência.

Entre os registros de danos está o da aposentada Marilúcia de Oliveira Teixeira, moradora da Avenida Bom Pastor, região Leste da cidade. Ela contou que uma árvore de aproximadamente 15 metros caiu sobre sua casa durante a tempestade.
“A chuva começou de repente, entramos em casa e logo ouvimos um barulho ensurdecedor. Quando percebemos, a árvore já tinha caído. Foi muito assustador”, relatou.
No momento da queda, ela estava em casa na companhia do marido e do neto, de cinco anos. “Meu neto começou a chorar, ligou para o pai para ir embora. Não quis ficar aqui”. Segundo Marilúcia, a árvore já apresentava risco e havia sido motivo de alerta à prefeitura. “Fizemos o pedido para retirada, mas disseram que não podiam cortar, apenas podar. A gente fez a poda, mas o inevitável aconteceu. Agora o prejuízo está aí”, afirmou. A moradora informou que pretende acionar a prefeitura judicialmente.
Fechamento do Parque das Nações Indígenas e Balanço dos Bombeiros
Por causa das condições climáticas, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) comunicou que o Parque das Nações Indígenas permanecerá fechado nesta segunda-feira.
Equipes do instituto realizam serviços de limpeza, retirada de galhos e manutenção das áreas afetadas para garantir a segurança dos visitantes. A reabertura do espaço será informada assim que a vistoria técnica for concluída.
Desde o inicio da tempestade no final da tarde de domingo, o Corpo de Bombeiros Militar registrou 28 ocorrências relacionadas à chuva, incluindo quedas de árvores, muros, postes e destelhamentos. Apesar dos prejuízos e do susto dos moradores, não há registro de vítimas.

































