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Campo Grande, 01 de junho

Capital poder ter mais de 3 mil novos casos de câncer até 2025

Estimativa para os próximos dois anos é do Instituto Nacional do Câncer (INCA), que também prevê maior incidência do câncer de pele não melanoma, seguido pelo câncer de próstata e câncer de mama feminina

Por Gerson Wassouf
03/02/2024 • 07h00
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Neste 4 de fevereiro, Dia Mundial de Prevenção ao Câncer, em um cenário de aumento contínuo da incidência, um chamado se faz necessário: é preciso mudar hábitos, praticar atividades físicas com regularidades e ter uma alimentação saudável e variada.
 
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é de que no triênio de 2023-2025 surjam, anualmente, 3.310 novos casos em Campo Grande (MS), sendo a maior prevalência do câncer de pele não melanoma, com 730 ocorrências ao ano; seguido do câncer de próstata, com 420 ocorrências previstas ao ano e o câncer de mama feminina, com 390.

O cirurgião oncológico da Unimed Campo Grande Dr. Cezar Augusto Vendas Galhardo ressalta que a tônica é a prevenção a partir de hábitos saudáveis. Exames preventivos, como PSA (homens), mamografia (mulheres) e colonoscopia (acima dos 45 anos), devem estar na rotina, mas não existem garantias de 100% para diagnosticar tumores.

O principal alerta é quanto aos hábitos de vida. O câncer vem aumentando por diversos fatores; primeiro porque o ser humano vem vivendo mais e, ao mesmo tempo, cada vez mais temos pessoas mais sedentárias; mais obesas; menos praticantes de atividade física regular; com alimentação cada vez mais rápida e errada, como fast food, comidas prontas cheias de conservante, refrigerantes, bebidas alcoólicas e consumo do tabaco em suas diversas formas. Esses são os fatores que a gente tem de combater”.
 
No caso, por exemplo, do câncer de cólon e reto, com previsão de 280 novas ocorrências ao ano na capital sul-mato-grossense, a alimentação pode impactar diretamente, relacionada ao consumo excessivo de carnes vermelhas e de embutidos.

Locais em que se consome menos carne vermelha, tendem a ter incidência menor de câncer no intestino. Porém, em contrapartida, tendem a ter incidência maior de câncer de estômago. Então, o ideal é ter hábitos saudáveis; atividade física regular e alimentação balanceada. Isso porque quando se come só uma coisa, é possível que se escape de um tipo de tumor e caia em outro”, adverte Dr. Galhardo.

Quanto ao câncer de pulmão, cavidade oral, boca e laringe (com previsão, juntos, de 270 novos casos por ano) o tabagismo é o principal fator associado e uma preocupação grande é com os vapes. Nos Estados Unidos, por exemplo, estão descritos vários casos de acometimento agudo e grave do pulmão, a chamada Evali.  “A gente acredita que podemos ter uma geração de câncer por vape, em alguns anos”.

Sobre a quantidade de casos em Mato Grosso do Sul, o especialista diz que isso depende de uma série de fatores e que não se pode determinar o que afetou, ou não, a incidência dos casos no estado.

"Em Mato Grosso do Sul, e Campo Grande é um reflexo, o câncer de próstata está na frente do câncer de mama, assim como no Nordeste e no Norte e nos outros estados do Centro-Oeste. Nos estados do Sul, são estados mais desenvolvidos, e no Sudeste, eles têm o comportamento do câncer de mama mais frequente. Câncer de mama está ligado, sim, à essa questão de atividade física, de obesidade, de alimentação. Já o câncer de próstata é uma doença muito ligada ao sexo, ligada ao envelhecimento, ligada às pessoas da raça negra. Então, pode ser por isso que tem essa diferença, mas não sabemos explicar ao certo", conclui.

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