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Campo Grande, 26 de abril

Empresas investigadas podem ter sido vítimas de desvio de dinheiro em Maracaju

Segundo DRACCO, possibilidade se deu porque alguns títulos de crédito foram emitidos com falsificação de assinaturas

Por Giovanna Dauzacker
29/09/2021 • 17h29
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A operação “Dark Money”, que investiga o desvio de R$ 23 milhões dos cofres públicos de Maracaju entre 2019 e 2020, agora apura se a maioria das empresas investigadas poderia ter sido vítima da organização criminosa.

Segundo informações do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), a possibilidade se deu porque títulos de crédito foram emitidos com falsificação da assinatura dos responsáveis, além de carimbo dos empreendimentos. Caso a hipótese seja confirmada, os investigados podem responder também por falsidade ideológica.

A secretaria de fazenda do município é apontada como fonte do desvio por meio de uma conta clandestina que teria sido criada com a justificativa de contabilizar a folha de pagamento, mas que não foi informada aos órgãos de controle.

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Confirme já apurado, dos 627 cheques emitidos, 75 foram analisados e constam em nome de 15 empresas que não tiveram contratação formal com a prefeitura, ou seja, não se submeteram a qualquer procedimento licitatório. Também não há notas fiscais que justifiquem os pagamentos feitos para esses estabelecimentos.

Uma das empresas, que teve o funcionário preso preventivamente e suas contas pessoais e empresariais bloqueadas pela justiça, teria recebido R$ 876.149,08. Para outro estabelecimento, foram, supostamente, enviados R$ 354.429,00.

Foram ouvidas nessa terça-feira (28) e quarta-feira (29), 17 pessoas, entre elas oito servidores públicos que são testemunhas, ligados à Secretaria de Administração e Fazenda do Município e ao controle interno e nove funcionários e responsáveis das empresas que, supostamente, teriam recebido a verba.  

 

Fases da operação

Deflagrada na última quarta-feira (22), a operação apura o envolvimento de funcionários públicos e outros no desvio de R$ 23 milhões de Maracaju. Ao todo, sete pessoas foram presas temporariamente na primeira fase, entre eles, o ex-prefeito do município, Maurílio Azambuja, o qual cumpre pena domiciliar com tornozeleira eletrônica.

Também foram realizadas 26 buscas e apreensões de aparelhos eletrônicos, documentos, 10 veículos, barcos, joias e várias cédulas de cheque de valores diversos no valor total de R$109.000,00 e R$143.000,00 em espécie, além de armas de fogo e munições de vários calibres. Diversas contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas bloqueadas.

Na segunda fase da operação, iniciada no domingo (26), mais um investigado foi preso por possível envolvimento com a organização criminosa. Trata-se de um funcionário público comissionado à época, apontado como peça chave no esquema que ocorreu entre novembro de 2019 e 2020.

O mandado de prisão preventiva foi cumprido na área rural do Município de Maracaju, numa ação conjunta entre policiais civis do DRACCO (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) e da Delegacia de Polícia de Maracaju, tendo também sido apreendidos dois veículos que estavam em sua posse.

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