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Campo Grande, 26 de abril

Mato Grosso do Sul lidera mercado ilegal de cigarro no Brasil

Levantamento aponta que o produto ilícito ocupa 84% do comércio de cigarros

Por Karla Machado
12/08/2022 • 12h07
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Mato Grosso do Sul lidera o mercado ilegal de cigarros no país, de acordo com o último levantamento realizado pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) divulgado pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP). O produto ilegal domina 84% do comércio de cigarros no Estado, 36% acima da média nacional que é de 48%.

A pesquisa mostra que, mesmo com a queda de dois pontos percentuais em relação a 2020, o índice é o mais alto do país, seguido do Paraná (60%). Ambos os estados são as principais rotas de entrada de contrabando para o Brasil e têm seus mercados abastecidos, principalmente, pelo cigarro contrabandeado do Paraguai. Mato Grosso do Sul possui mais de 1,5 mil quilômetros de fronteiras, sendo a maior parte com o Paraguai.

Das 10 marcas de cigarros mais vendidas no Estado, quatro são ilegais, e, juntas, somam os 84% do mercado. No topo das vendas está a marca paraguaia Fox, responsável por 61,4% do mercado.

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Além de causar um prejuízo econômico, o contrabando de cigarros ainda tem uma enorme relação com outros crimes, como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e armas e organizações criminosas.

O Inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Tercio Baggio, afirma que já foram apreendidos mais de três milhões de maços de cigarros em 2022 até o início de agosto. “O contrabando de cigarro tem aumentado bastante e está um crime cada vez mais frequente. A gente estima que o volume de dinheiro negociado possa passar até o tráfico de drogas. Foram 3,814 milhões de maços de cigarros apreendidos em 2022 até o início de agosto”, afirmou.  

A pena prevista no artigo 334 do Código Penal é de dois a cinco anos. Para Baggio, talvez a solução seria uma punição maior. “Comparado com o tráfico de drogas a pena é mais branda o que pode ser um atrativo e faz com que o crime aumente cada vez mais”.

Cenário nacional

O caso de Mato Grosso do Sul é apenas um reflexo da dificuldade brasileira em combater o contrabando. A mesma pesquisa Ipec estima que o mercado ilegal de cigarros causou ao país uma sonegação fiscal de R$ 10,2 bilhões somente em 2021. Na soma dos últimos 10 anos, essa quantia chega aos R$ 86 bilhões.

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