RÁDIOS
Campo Grande, 03 de maio

Dia de caos nas UPAs de Campo Grande

Pacientes aguardam horas por atendimento em Unidades de Pronto Atendimento médico na Capital que registram superlotação, falta de médicos e leitos

Por Lígia Sabka e Isabela Duarte
22/04/2024 • 19h00
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A semana começou caótica para quem buscou atendimento médico de urgência e emergência nas Unidades de Pronto Atendimento em Campo Grande. O atendimento pediátrico foi o mais sobrecarregado.

Somente na UPA Coronel Antonino 430 crianças haviam passado pela triagem nos períodos da manhã e da tarde, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). E o tempo de espera para conseguir uma consulta variava, sendo superior a cinco horas em muitos casos e gerou revolta dos pais diante da demora.

" Tem criança aqui que já deveria estar no soro faz horas. Aí, depois piora e a pediatra pergunta por que a gente não trouxe mais cedo pra consulta.[...] E com esse surto de gripe, de covid, fica todo mundo aqui misturado, adulto com criança, tudo passando mal. Tinha que estar tudo separado", disse a autônoma Josilene Silva que estava com o bebê de colo com problemas respiratórios.

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A atendente de caixa Nicole Poliana disse que chegou à UPA pouco depois do almoço e até perto das 17h ainda não havia conseguido atendimento para o filho. "Ele está com machucado nas pernas e nenhum médico sabe me dizer o que pode ser aquilo Eu já fui em vários postos e ainda não consegui o diagnóstico", reclamou.

Assim como Nicole, na tentativa de conseguir um médico ou um diagnóstico preciso, os pacientes peregrinam por várias unidades de saúde. "Eu estava lá na Universitária. A situação lá também está precária. O banheiro tá todo entupido, não tem como usar. E lá eu não consegui nem fazer a triagem. cheguei lá às nove horas (da manhã) e saí às duas horas da tarde, não consegui ser atendida e vim pra cá. Agora estou aguardando. Sabe lá Deus que hora vou ser atendida", lamentou outra paciente.

Na escala de plantão divulgada pela Secretaria de Saúde constavam 6 pediatras no período da tarde. Mas o total de especialistas trabalhando na Upa Coronel Antonino foi menor: quatro médicos.  A Sesau informou que outros três profissionais foram convocados para reforçar o atendimento e diminuir o tempo de espera.

A doméstica Lidiane Muniz chegou ao meio-dia na unidade de saúde em busca de atendimento para o marido que passava mal e precisava ser medicado. Foram quatro horas de espera, apenas para fazer a consulta. "Não tinha leito pra ele tomar o soro e também tinha bastante gente esperando pra tomar medicação também, inclusive criança também. [...] Ninguém está aqui porque quer, né. A gente está aqui por precisão.Então, o mínimo que eles podem faze é arrumar mais leito e não deixar tanta criança nessa situação", desabafou.

A situação também era crítica quando chegava a vez do atendimento, pois a chamada pelo paciente era no grito. Não havia senha eletrônica, microfone ou mesmo um monitor para que os pacientes pudessem acompanhar a evolução dos atendimentos. 

Além da longa espera e da falta de espaço, vários pacientes aguardavam do lado de fora, na calçada. Quando ouviam o chamado em nome dos pacientes, muitos familiares saíam correndo para não perder a vez da consulta.

A Secretaria de Saúde da Capital informou que a demanda “está bem acima do normal, atípica. Só no período da manhã foram atendidas 2,3 mil pessoas nas 10 unidades de urgência”. Para o plantão noturno, a Sesau solicitou reforço em todas as unidades a fim de tentar reduzir o impacto da alta demanda.

A nossa reportagem solicitou à Sesau maiores informações sobre o momento epidemiológico pelo qual Campo Grande estaria passando, sobre o que explica essa superlotação e as doenças que estão agravando o atendimento da saúde pública.  Mas até o fechamento dessa reportagem não recebemos esse retorno.

UPA Coronel Antonino superlotada

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