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Paranaíba, 06 de maio

Mulher faz bariátrica para doar rim ao marido

Josiani perdeu 60 quilos, fez exames de compatibilidade e poderá doar órgão a Sidnei, doente renal crônico

Por Alex Santos
14/03/2020 • 13h46
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Você seria capaz de fazer uma cirurgia de risco para doar um rim para alguém? A Joseli Miranda da Costa Almeida, de 38 anos, respondeu “sim” e fez isso. Ela escolheu doar o órgão após descobrir a doença do marido, que teve problemas renais como consequência. O problema com a obesidade não foi impedimento para a sua determinação. 

Tudo começou quando Sidnei Moreira, de 40 anos, foi a um hospital porque apresentava inchaços pelo corpo. Na consulta, ele descobriu que os dois rins estavam paralisados. Desde então, faz três sessões de hemodiálise por semana e aguarda na fila o transplante.

Sidnei conta que familiares fizeram o teste de compatibilidade, mas, por motivos de saúde, não puderam doar. O que Sidnei não espera era o desejo da esposa de poder ser a doadora, porém, por conta da obesidade, médicos não quiseram realizar os exames de compatibilidade. “Na época ela queria fazer, mas, infelizmente não pode”, disse.

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Joseli, que pesava na época 140 quilos, encarou uma cirurgia de redução de estomago e, hoje, com 88 quilos, ela aguarda a realização de exames para doar um dos rins a Sidnei. “O mais importante era a compatibilidade e deu tudo certo. Agora estou na expectativa de fazer o transplante”, disse.

Desde que soube da vontade da esposa, Sidnei conta que o sentimento é de gratidão. “Ela sempre me apoio, sempre pedimos para que Deus nos tirasse desse momento”, finalizou.

Após resultados de exames, Sidnei e Joseli aguardam pelo procedimento, que deve ser realizado nos próximos meses. 

DADOS
Estima-se que haja atualmente no mundo 850 milhões de pessoas com doença renal e que 2,3 milhões de mortes sejam decorrentes da enfermidade.

De acordo com o nefrologista Renato Pontelli, é necessário disseminar, orientar e prevenir doenças renais crônicas. “São doenças pouco conhecidas. Precisamos levar informação correta para a sociedade”, disse. 

Estudo da Sociedade Brasileira de Nefrologia revela que 50% dos indivíduos sem doença renal nunca consultou um médico para cuidar dos rins, seja clínico-geral ou o nefrologista, o especialista, que só foi visitado por 8% dos respondentes sem doença ativa.  Estes dados também ressaltam a real percepção de doenças populares, como é o caso do câncer renal. A patologia foi citada como a doença que mais preocupa pacientes e não-pacientes, o que não corresponde com a realidade do cuidado.

 

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